quarta-feira, 24 de junho de 2009

Itália

Passei a semana passada na Itália. Adorei. Só posso falar do pouco que conheci (Milão, Pádua, Veneza, Florença e Roma), mas as cidades são incríveis. Monumentos, castelos, museus, galerias, arte por todas as partes. Mas a que mais me impressionou foi Veneza. Como viver me meio a água?? Abrir a porta de casa e precisar de um barco pra poder sair?! Achei o máximo ver um "táxi-barco" e um "barco da polícia"!!



Claro que visitei várias igrejas, o que vai me permitir um lugar privilegiado no paraíso, ainda mais que tive q pagar pra ver a Cappella Sistina! Mas Michelangelo valeu o dinheiro gasto, é o máximo aquele teto! Em Milão, a Galleria Vittorio Emanuelle enlouquece qualquer um, por menos consumista que seja; em Florença, a Galleria Uffizi tem uma coleção de dar inveja, com Botticelli, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Caravaggio e tantos outros. Em Padova (assim a chamo por causa da Veri, em português é Pádua), além da tão aclamada Basílica de Santo António, obras de Donatelo e uma torre, de onde Galileo Galilei costumava olhar o céu com seu telescópio!

Viagem enriquecedora!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Diário de uma viajante cansada!


Sevilla, dia 10 de junho de 2009


Estou sentada num dos bancos do Prado de San Sebastián, um parque em frente à universidade, onde tenho que pegar o ônibus para o aeroporto. Vida de viajante cansa, eu ainda tenho alguma horas antes de ir embora, poderia seguir passeando, há tanto para ver, mas não... A mochila pesa, as pernas doem e o barulho da água caindo no chafariz em frente ao meu banco é inebriante (não sei se era essa palavra exata que buscava, mas foi a que me veio à mente). A uns 20 passos de onde estou sentada, há uma feira iberoamericana de artesanato e outras quinquilharías. Estou planejando ir até lá, até o fim da tarde. Talvez só mais alguns minutos e eu vá até lá... se bem que há dessa feiras por todos os lados e faz muito sol lá...

Bom, sobre Sevilla, gostei muito! Comprei um leque! Adorei a Catedral, a Plaza de España, El Divino Salvador, Casa de Pilatos. Meu hostel, que era uma casa muito simpática, ficava perto da calle Sierpes, uma rua comercial muito movimentada, mas sem circulação de carros. Conheci a cidade toda andando.

Outro dia fui à Córdoba de trem, e um senhor, já idoso, tão simpático quanto solitário, resolveu me fazer companhia e num vagão praticamente vazio, escolheu sentar ao meu lado. Me contou que era de Córdoba, mas estava resolvendo algumas coisas em Sevilha. Me recomendou que eu conhecesse também Granada, ao que respondi que gostaria, mas não haveria tempo. Nos despedimos na estação.

A principal atração da cidade é a mesquita, que virou catedral, o que permite um contraste arquiteto-religioso incrível! Na entrada da Catedral/Mesquita, passei pela "Puerta del Perdón", espero que tenha funcionado! Córdoba é menor do que Sevilla, mas também permite umas belas caminhadas. Uma observação, entre os turistas, há muitos americanos em Andaluzia. Nas três noites q passei na cidade, dividi o quarto com 4 estadounidenses e havia outros tantos no albergue!

O barulho da água já começa a dar sono e ainda me sobra tempo...

Amanhã haverá uma grande festa na cidade, e vou perder! É Corpus Christi, soube que eles fazem encenação e tudo mais, a praça já está decorada.

A tarde no parque está agradável, é bom contar coisas pra alguém (mesmo q em carta), sempre ajuda a passar o tempo! Ma agora sim, vou me preparar pra esperar o ônibus. Tchau pra todos e se puderem, visitem Sevilla!!

ps do aeroporto: não fui à feira!!

ps de Tarragona: achei estranho q muitas vezes eu não entendia o que as pessoas me falavam, mas acreditei q era culpa do meu ouvido mal treinado. qdo cheguei, a primeira pergunta q o Thiago e a Eli me fizeram era se eu tinha entendido o q os sevilhanos falavam?! entendi que a culpa não era só minha, mas tb do sotaque, q é muito diferente do falado na Cataluña, qq coisa como um gaúcho q um nordestino!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Os ombros suportam o mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade