segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Sagrada Família


Seguindo o clima fraterno e familiar que gere as festas de final de ano e atendendo a um pedido especial, vos apresento a responsável!

Um beijo mamãe

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

o tal espírito natalino ou natalício!?!


Gostei do Natal deste ano. foi divertido! Foi um Natal em família, mas o melhor, como se nao fosse Natal! Esse ano passei ao lado do tal espírito natalino ou como dizem os portugueses, natalício. Claro, comprei presentes, mas dessa vez nao me preocupei muito com isso. Acho que esse ano o meu tempo, aquele que foge com tudo, também passou correndo com o Natal, nem vi q era ele! Mas enfim, estar com pessoas gentis e atenciosas ao redor de uma mesa repleta de boa comida, era o melhor Natal que eu poderia querer! Sem falar nas pequenas diferenças que sempre interessam.

Dia 24, na Cataluña, ainda nao é Natal. Celebra-se apenas La noche buena, que passa pelo mesmo princípio de pessoas reunidas e comendo! dia 25 sim, é Natal!! mas sem Papai Noel ou Pai Natal, quem traz os presentes aqui sao os Reis Magos (que sempre pensei que fossem Magros!). Ah, e é no dia deles que a festa maior acontece! Bom, neste dia já nao estarei aqui...Também há uma história de que as crianças sentam num tronco de árvore oco, e vao ganhando presentes, uma a um, e para saberem que acabou, os pais entregam um copo dágua! A tradiçao é basicamente essa com mais alguns detalhes que me escaparam!

Bom, como podem ver a minha irritaçao do post anterior já melhorou. Mas nao é obra de nenhum espírito, mas de uma experiência diferente.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Eu nao sou daqui!

Eu tento seguir uma vida pacata e tranquila, sem confusoes, mas as vezes nao consigo! Viajei ontem para a Espanha para passar o Natal com a família (menos com a Manina que nao veio)! Já fiz o trajeto Lisboa-Barcelona algumas vezes, com o pretexto de visitar o irmao, e nunca tive nenhum problema, até ontem!
Como de costume, entreguei meu passaporte na hora do cheking para que confirmassem que eu era mesmo eu. A senhorita da companhia folheou meu passaporte umas três vezes até q ela me perguntou se eu tinha a minha passagem de volta? Achei estranho, mas tudo bem, mostrei. A senhora volta no dia 27?, me perguntou, e eu respondi que sim!! nao era o que estava escrito na passagem? por que eu compraria uma passagem pra um dia se eu fosse voltar noutro? É que a senhora nao faz parte da Comunidade Europeia, por isso eu preciso verificar, me disse ela, com um ar que misturava satisfaçao e arrogância! Ora, é algum pecado mortal nao pertencer à Uniao Européia? E o resto do mundo faz o q? se mata por causa disso??!!! Perguntei se ela queria ver meu cartao de residente, documento que serve como identificaçao e certificaçao de que tenho autorizaçao para estar em território europeu, sim, ela quis. Saiu ai meu deus... enquanto eu o procurava na bolsa e ela me respondeu, Nao é "ai meu Deus", a senhora nao é europeia! Entreguei. Ela olhou de um lado, olhou do outro e antes de finalmente me dar o cartao de embarque, me fez mais umas quantas recomedaçoes de que eu deveria mostrar todos os meus documentos, já que nao pertenço a esse lado do oceano! Eu quero nao pensar que essas coisas acontecem por eu ser brasileira e latinoamericana, mas realmente a má vontade que eu tenho que aguentar quando notam o meu "sotaque" brasileiro é irritante!!
Bom, a parte disso, desejo a todos um Feliz Natal e fica a minha esperança de um 2009 menos preconceituoso e mais igualitário!

ps: a falta de acentos é culpa do teclado español!!

sábado, 20 de dezembro de 2008

espelho


Ana Maria, esse é um dos poemas q mais gosto da Cecília. Espero que tu também goste!


Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?

Cecília Meireles

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

do latim burrus...

Odeio burocracia. É muito chato ter q lidar com mil papéis e leis e regras q ficam muito pior nas mãos de alguém que não está muito disposto a facilitar. Essa é outra coisa que odeio, pessoas que utilizam-se de um pretenso poder para julgarem-se mais importantes que os demais! Enfim, o fato é, vida de imigrante é repleta de burocracias! A cada renovação de visto é um documento a mais e pra se conseguir esse tal documento é sempre uma dor de cabeça! E o tal consulado q deveria ajudar, nem sempre é como precisamos.
Meu novo problema é: preciso de um novo passaporte, a dificuldade é: não votei nas últimas eleições, claro eu estava em Lisboa! Dificuldade 2, eu tinha 60 dias pra justificar, mas claro q não lembrei disso, já que eu sabia que posso fazer isso quando voltar para o Brasil. Agora, não posso renovar o passaporte sem a quitação eleitoral e não posso mais justificar pq o perdi o prazo! Acho q vou ter q ficar morando aqui pra sempre, pq sem passaporte não volto pra casa e o TSE não prevê q alguém possa precisar fazer a droga da justificativa depois dos tais 60 dias! Lógica difícil essa, não?! Então pra quem está no Brasil e sente saudades, eu sinto em informar que estou fadada a passar o resto dos meus dias em solo lusitano!
O mais divertido vai ser se complicarem pra renovar meu visto, como aconteceu no ano passado, daí eu vou ser uma ilegal em terra estrangeira e sem poder voltar pro país de origem! Bom, eu posso ser deportada, é verdade! Essa é a minha chance! Ai….vida de imigrante cansa, e olha que eu só vim fazer um mestrado, imagina a vida da galera que vem pra ficar, pra trabalhar, sem “documentos”, sem saber, sem conhecer. Deve ser bem pior!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

o tempo fugiu!


É estranho quando o tempo começa a passar tão rápido e perdemos a noção dele. Ele se esvai, some, desaparece. O amanhã já virou hoje, o q programamos pra próxima semana passa sem nos apercebermos e assim vão-se os meses e o ano acaba. Por que a pressa? O ritmo poderia ser mais lento, para que pudessemos ponderar alguns pontos antes de tomar certas atitudes ou decidir se um dia de leitura não é muitas vezes mais produtivo do que um dia de trabalho forçado. Mas o tempo e a urgência de tudo nos assolam, como um castelo de cartas que não podemos impedir que caia ou a areia que escorre por entre os dedos e não adianta tentar conter. Bem, hoje eu quero brincar de parar o tempo. Pelo menos por alguns instantes, fazer de conta que posso dominá-lo. Vou decidir o que quero fazer dele e me demorar o quanto quiser. Não quero pensar no q tenho pra fazer depois e depois e depois e q as 24 horas do dia são poucas para todos os compromissos assumidos. O tempo foge e leva a nossa vida com ele.

O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Constipação

Estou constipada desde a última semana. E tenho estado ocupada com a dissertação. Não que eu tenha feito grandes progressos, mas o importante é não párar! Amanhã vou receber visitas ilustres. Logo volto pra contar.
Ah, pra quem quiser me dar uma prenda de Natal, tenho q devolver o Madame Bovary pra biblioteca!!

Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteral todo o sistema nervoso,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor.
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
(...)
Álvaro de Campos

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

merci, mon ami



Seguindo a máxima, escrever para exercitar, começo mais um escrito de juliana. Sobre o que será hj? Nunca sei… amizades é um bom tema! É curioso como amizades de constroem e se desfazem pelos motivos mais absurdos! Ou então como é bom passar anos sem ver o melhor amigo do colégio e quando o encontramos, é como se o tempo não tivesse passado! E como também é importante ver quando a diferença agrega e quando ela efetivamente afasta. Isso acontece todos os dias e em todos os lugares, pessoas se encontram e se separam e muitas vezes sem motivo nenhum, simplesmente se perdem. Há algumas que fogem, nesse caso deve haver algum motivo. Não acredito que precise estar grudada nos meus amigos o tempo todo pra eles saberem que gosto deles, mas é bom dar notícias as vezes! Sei que demoro a mandar cartões postais, mas não é por falta de lembrança. Também sempre tento ajudar, mas sou péssima conselheira. Sou boa ouvinte, minha melhor característica de amiga! Se precisarem se lamentar, meu ouvido está sempre disponível. Pra caminhar na chuva, sair numa segunda-feira e ter q acordar às 6h na terça, passar a noite conversando com um chato só porque ele é amigo do cara da amiga, fazer compras no final do mês, caminhar quilômetros porque o amigo quer conhecer um caminho diferente, ir a uma festa que toca música eletrônica, organizar despedida de solteiro, comer negrinho de colher no sofá e todas as "indiadas" que sempre me meto por causa de um amigo, sim, podem me chamar! Só não gosto que abusem da minha paciência e da minha boa vontade, isso é imperdoável. Defeitos? Devo ter uma meia-dúzia, não mais do que isso. Quais? Não durmo com barulho, gosto de tomar leite na minha caneca – sem açúcar-, demoro no banho, não passo roupas, nada que interfira muito nas minhas relações. Talvez o banho! Enfim, as pessoas passam pelas vidas umas das outras e nem sempre elas ficam, fisicamente. Fiz uma amiga, japonesa. Ela mora do outro lado do mundo. Convivemos pouco, e mesmo assim a despedida foi triste. Espero voltar a vê-la. Tenho amigos da época da escola com quem sempre estou em contato, mas não os vejo há algum tempo. Eu e a Fernanda trocávamos cartas num passado não muito distante. Os amigos da faculdade e do estágio. A Rachel foi a única que recebeu postal até agora!! Amizades feitas no aeroporto, que duram até a partida. Amigos feitos em Portugal, os melhores que eu poderia ter encontrado! Meu beijo para todos.


ps: essa foto foi tirada em setembro, na cozinha do meu apto. não pude imaginar imagem melhor!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

ausência


Tenho estado um pouco ausente. Eu sei. Meu tempo anda restrito, trabalho, leituras, visitas, passeios. E eu canso…. Minha mãe tinha mania de dizer (faz tempo q ela não diz) que eu já nasci cansada. Meu mal é de nascença!! Mas enfim….o que será q eu tenho pra contar…o inverno finalmente chegou, faz frio em Lisboa! Gosto da luz do inverno, ela é mais suave, o tempo tb parece q fica mais devagar, parece tudo mais lento. Como se a calmaria chegasse depois de muita turbulência. O andar na rua é sem pressa, o comer é comedido e há a sensação de que falta alguma coisa. Que ausência será essa? Não consigo lembrar do que seja! Me perco em lembranças procurando aquilo que eu deveria saber o que é, mas não sei. Confuso isso, não?! É só uma sensação que tenho, como tantas outras guardadas no peito, já pequeno para todas! Gosto de ver as folhas cobrindo as calçadas, os galhos cada dia mais secos. As árvores também devem sentir falta de alguma coisa nesse período! Me ocorreu agora que soa estranho comparar pessoas e plantas! Bom, mas é assim que as coisas funcionam, pelo menos comigo e provavelmente com mais três ou quatro companheiros de sensações! Na verdade ainda estamos no outono. Lembro de um que passei em terras longínquoas, e gostava de ver o sol incidindo nas folhas de cor avermelhada! Já nessa época, sentia a mesma ausência que sinto hoje. Drummond me ajudou a entender o porquê…

Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba de mim.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 22 de novembro de 2008

sobrenatural

Hoje eu comi feijão. conversei com amigos. li García Márquez. sentei no chão. não fiz nada. arrumei a cama, excepcionalmente. tomei chá na minha caneca. comi chocolate, branco, o q também não é normal. assisti mais alguns episódios de how i met your mother e grey´s anatomy. criei algumas histórias em pensamento. senti saudades, antigas e recentes. esquentei meus pés no aquecedor. lavei roupas. comprei vinho. tomei banho quente. esperei o telefone tocar. cansei.


Como diria Quintana em Apontamentos de História Sobrenatural,

Eu estava dormindo e me acordaram
E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...
E quando eu começava a compreendê-lo
Um pouco,
Já eram horas de dormir de novo!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

semelhante loucura...

Cheguei a uma conclusão: eu sou íman de gente doida, sou pára-raios de maluco!!! e isso é sério!!! Hoje acordei e fui ler meu horóscopo, o que será q a sexta-feira me reserva…. leiam o que dizia: “Sinal de concordância astral é como biombo que protege você de malucos de ocasião, e também de suas incertezas e desconfianças atuais.” pensei q fosse um bom sinal, mas o dia apenas começava…

Se eu amo o meu semelhante? Sim. Mas onde encontrar o meu semelhante?
Quintana

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

cegueira branca


Depois de ser assistido nos quatro cantos do mundo, Ensaio sobre a Cegueira, filme de Fernando Meirelles, finalmente estreou em Portugal - por acaso, país onde naceu José Saramago, o criador da história - . Esperei porque queria ver o filme no cinema, gosto da tela grande, do som alto e por isso tive que amargar a espera… Eu li o livro do Saramago na época da faculdade e foi perturbador. As cenas que vi sábado à noite estavam guardadas em algum compartimento da minha memória, semelhantes às que criei durante a leitura. É ultrajante ver do que o homem é capaz, desde o isolamentos daqueles que foram contagiados pela cegueira branca ao egoísmo e oportunismo que a cegueira social, aquela realmente nos impede de ver, impõe. Nada novo, que não vejamos todos os dias em todos os lugares e muitas vezes bem próximo. Creio que por essa razão, é ainda mais revoltante. Durante o filme, a Camila me perguntou por que era ela, a mulher, que continuava vendo? Mas como poderia ser outra pessoa, senão ela?!, repondi eu. Gostei muito da atuação da Julianne Moore e do resto.
_________*__________________
Depois de ler Ensaio sobre a cegueira meu interesse pela obra do Saramago ganhou força. A Caverna, O Evangélio Segundo Jesus Cristo, Viagem à Portugal, A História do Cerco de Lisboa, O Homem Duplicado, Intermitências da Morte (e no dia seguinte, ninguém morreu - adoro a maneira como o autor coloca o problema e a sociedade mostra que não sabe como agir! ). Em 2005 ele esteve em Porto Alegre pra dar uma conferência no Fórum Social Mundial, mas justo nesse ano eu resolvi trabalhar no fórum… e perdi. Outro dia, num final de tarde, estava eu num dos muitos mirantes de Lisboa com vista para o Tejo, quando num encontro casual olho para lado e lá está, José Saramago. Estavam fazendo algumas imagens dele e de sua esposa, Pilar. Não cabia fazer papel de tiete, pedir autógrafo e abraçar pra tirar uma foto, até porque nunca tive vocação pra bajulações! Mas também não podia deixar passar!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

na confeitaria...


Não sei sobre o q escrever hoje… essa semana li no meu horóscopo (prazer, aquariana) q todas as portas iriam se abrir, que a fase está ótima! Nessas horas é bom acreditar em coisas esotéricas, no oculto, naquilo que acontece porque tem q acontecer! Assim, ao simples toque de uma varinha de condão! Enfim, abri a janela mesmo, pra sentir o vento gelado no rosto. Depois fechei porque fazia frio.

Falando em janela, estava assistindo a um filme no qual os atores citam alguns trechos de Tabacaria, do Pessoa. Resolvi ler o poema, mais uma vez, na íntegra. Os primeiros versos me descrevem com uma veracidade impressionante: Não sou nada/ Nunca serei nada/Não posso querer se nada/ À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Não é nada original se ver descrito pelo Pessoa, mas nunca me disse genial!

A segunda estrofe, fala das Janelas do meu quarto,/Do meu quarto e de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é. Essa semana comecei num emprego novo. O que eu faço não vem ao caso, mas passo a tarde sentada diante de uma janela que me permite ver um prédio onde outras tantas pessoas trabalham, fumam, caminham, comem…e ao final do dia as luzes vão se apagando, como se fosse o final da história de cada uma daquelas janelas; que recomeça na manhã seguinte.

Bom, agora chego na parte em que diz do meu dia: Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade/(…) Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu. Mas o dia já passou, e fico com a parte em que esqueci. Prefiro acreditar que O mundo é para quem nasce para o conquistar/ e não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.

Para queles que gostam de poesia, leiam Tabacaria! E permitam-se identificar, contestar ou apenas contemplar o texto. É só uma recomendação. Bom, pra terminar o trecho que mais gosto, por razões óbvias:

(Come chocolates, pequena;
come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. (…)

domingo, 9 de novembro de 2008

desafinada!

Gosto de música. Mas não sei cantar nem tocar. Então, escuto . Sexta fui ver Os desafinados, do Walter Lima Jr. É cult ir a mostra de cinema brasileiro aqui! Os intelectuais lisboetas estavam todos lá, lotando o cinema São Jorge e aplaudiando os atores brasileiros! Já com o resto da nação, o tratamento não é tão vip… mas o importante é que o filme é bonito, foi a melhor definição q encontrei. Ele fala de música brasileira e das décadas ditatoriais de 60 e 70, temas já tantas vezes mostrados e cantados. Esse foi o primeiro pensamento. Logo passou. O filme é despretencioso, leve e talvez por essa razão eu tenha me deixado envolver já nas primeiras imagens e acordes.

Os Desafinados cantavam bossa nova e tentavam participar de um show em New York. Eles tinham uma vida pela frente e a ansiedade juvenil de aproveitar todas as oportunidades que surgissem. A direção musical é de Wagner Tiso, q teve Carinhoso, do Pixinguinha, música que adoro - ainda espero um dia ganhar uma serenata com ela… é só uma sujestão - Copacabana, do Braguinha, Quero você, do Newton Mendonça, Mente pra mim, composta do Tiso para o filme e Caminhos Cruzados de Tom e Newton(Quando um coração que está cansado de sofrer/Encontra um coração também cansado de sofrer/É tempo de se pensar,/Que o amor pode de repente chegar). E teve cena de beijo com trilha sonora de beijo.

Não foi saudosismo, gostei mesmo de como a história foi contada. No final da sessão o público aplaudiu, espero que não tenha sido pela presença do diretor e de um dos atores, mas porque eles também viram aquilo q eu vi. Ah, o único problema foi um cara de Brasília, sentado na minha frente, q todas as vezes q falaram na cidade dele – e foram algumas, já q a nova capital acabara de ser inaugurada no filme – a pessoa levantava a mão e se mexia de um lado pro outro!

ps: depois do filme teve bossa nova no são jorge!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

e dormiu....


Ela não chorou. Não gritou. Não esboçou nenhuma reação que lhe era esperada. Apenas respirou fundo. Nenhum pensamento surgia, isso era estranho. Coçou a cabeça. Viu as horas. Ouviu vozes de pessoas alegres, mas a risada estava tão longe que não lhe permitia alcançar. Ficou imóvel. Era um momento de separação, o corte de um laço. E ela não conseguia sentir nada. Fechou o computador, virou pro lado e tentou dormir.

assim se faz a vida!

Adoro quando alguém diz aquilo q eu queria dizer, mas soube fazer...não com essas palavras! Robert, é pela conversa de ontem!!

Reticências

Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade e na acção.
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;
Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer coisa!

Vou fazer as malas para o Definitivo,
Organizar Álvaro de Campos,
E amanhã ficar na mesma coisa que antes de ontem - um antes de ontem que é sempre...

Sorrio do conhecimento antecipado da coisa-nenhuma que serei.
Sorrio ao menos; sempre é alguma coisa o sorrir...
Produtos românticos, nós todos...
E se não fossemos produtos românticos, se calhar não seriamos nada.
Assim se faz a literatura.
Santos Deuses, assim até se faz a vida!

Álvaro de Campos

terça-feira, 4 de novembro de 2008

ontem, amanhã e depois!



Não aconteceu nada de extraordinário hj, mas já q me cobram notícias, conto sobre meus últimos dias!


ando numa preguiça....acho q é por culpa do início do inverno...alguém ou alguma coisa sempre é responsável! lembrei daquela música do Gil, mas a conheço com a Elis: "essa é a ladeira da preguiça...preguiça que eu tive sempre de escrever para a família e de mandar conta pra casa que esse mundo é uma maravilha..." pois, sábado eu, camilão (desculpa, não controlo) e vitones passamos o dia jogados no sofá curando a ressaca do halloween!!! mas não pensem q o dia não foi produtivo! vimos alguns capítulos do Grey´s Anatomy, How I met your mother, A Espera de um Milagre e ainda Duets! passar pelo menos um dia sem preocupações comendo porcaria e vendo televisão entre amigos é muito bom! o dia ainda teve caminhada no frio pra tomar café...


o domingo foi...bem....deixo por conta de Álvaro de Campos: "não, não é cansaço...é uma quantidade de desilusão/que se me entranha na espécie de pensar,/é um domingo às avessas/dos sentimentos,/um feriado passado no abismo..." assim foi...


segunda-feira é quando tudo começa, não sei pq esse estigma, mas realmente tentei estudar na segunda. e fui pra aula de francês! oui...


e hoje ganhei o dia indo ao cinema. adoro ir ao cinema, mesmo qdo o filme não é exatamente o q eu esperava. mas quem mandou eu esperar alguma coisa?! apenas o imaginava diferente! Ainda assim, o recomendo, Paris. de alguma forma, depois do filme lembrei de Alberto Caeiro: "não basta abrir a janela/ para ver os campos e o rio./ não é bastante não ser cego/ para ver as árvores e flores."

domingo, 2 de novembro de 2008

dia ruim:

Chovia. Isso não é ruim. É até bom. O barulho da chuva acalma. Dá preguiça. Ver a chuva pela janela e acompanhar os pingos que escorrem pelo vidro me dá uma sensação de……paz. Mas o dia que poderia ter sido perfeito, ganhou ares de abandono e tristeza. Como se a mão que estavamos segurando se desprendesse e tivessemos que nos equilibrar sozinhos. Bom, não sei se é a melhor metáfora, mas a solidão, geralmente, surge em momentos de desprendimento. Seja de quem for. Tem dias que o que mais quero é cruzar com alguém que simplesmente queira conversar. Parece banal. Não é. Pior do que isso, é o absurdo que cobrar atenção de pessoas que mal conhecemos. Eu falo no coletivo, porque acredito não ser a única a desfrutar de tamanha falta de auto-controle! Não sou auto-suficiente. Nunca fui. E espero jamais vir a ser. Que falta faz um abraço, poder deitar a cabeça no ombro de alguém, poder sentir o cheiro do outro….é instinto, a natureza do homem não permite que sejamos sós. Ninguém, em sã consciência, admite que é feliz vivendo numa redoma de vidro! Enfim, toda essa lenga lenga é pra dizer que tive um dia ruim. Chorei. Acho que agora aliviou um pouco. Não gosto de me lamentar, de buscar problemas que justifiquem o meu mau humor ou os meus maus momentos. Mas têm dias que não dá pra evitar, e o melhor é deixar que esse sentimento venha, se instale, passe o dia contigo pra depois despedir-se e partir. É difícil explicar. Ou mesmo dar nomes a todos esses sentimento, sensações, aflições, medos, bom, já começo a nomear. A quem reclamar? Não há. O que fazer? Tão pouco tenho essa resposta! Desfrutar os momentos bons e ruins talvez seja a reposta certa. Como fazê-lo? Bom, isso depende de cada um. Eu escrevo. Mas pra que serve isso? Pra eu me sentir melhor. Espero que amanhã amanheça chovendo.
dezembro de 2007

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Outubro



Meu mês começou na Espanha, com passeios em Tarragona e Barcelona. Parc Güell para ver as obras do Gaudí e Fundació Joan Miró que tu tanto queria visitar.
Logo que cheguei a Lisboa, brinquei de ser guia turística: Praça do Comércio, Rua Augusta, Chiado, Bairro Alto, Expo, Oceanário, Castelo de São Jorge, Sé. ufa......fazer turismo cansa....

Depois o DocLisboa, um festival de documentários. Não fui a todos q queria, mas vi "O Mistério do Samba", com direito a roda de samba depois do filme, e vi o Chico na década de 70 em "Quando o Carnaval Chegar".

Teve o show do Ney Matogrosso, Inclassificáveis, não preciso nem dizer que adorei!

Ontem, foi aniversário do Daniel, meu irmão pernambucano!! acontecimento importante!

Hoje tem roda de choro no Chapitô, um bar que tb é escola circense e tem uma vista belíssima pra cidade.

Pra terminar o mês, amanhã tem Halloween aqui em casa! as bruxas são apenas um pretexto pra festa..... também vai ser a comemoração do aniversário do Daniel!

Madame Bovary

Estou lendo Madame Bovary, do Flaubert. Já comecei o livro algumas vezes, mas agora eu termino! Aí vai um trecho em que Emma e León caminham lado a lado, leiam o q Flaubert escreveu:

"Não teriam nada mais a dizer um ao outro? Os seus olhos, contudo, transbordavam duma conversação mais séria; e, enquanto se esforçavam por encontrar frases banais, ambos se sentiam invadidos pela mesma languidez; era uma espécie de murmúrio da alma, profundo, contínuo, que se sobrepunha ao da voz. Tomados pela surpresa desta nova suavidade, não pensaram em falar um ao outro da sensação que lhes causava, nem em descobrir-lhe a causa. As felicidades futuras, como as praias tropicais, projectam na imensidade que as precede os seus langores natais, uma brisa perfumada, entorpecendo-nos numa embriaguez que não nos deixa inquietar com o horizonte que não se vê."

terça-feira, 28 de outubro de 2008

coisas boas

Hoje quero escrever sobre coisas boas. Quais? Todas!! Ou nenhuma específica. Passei muito tempo preocupada e, hoje, me sinto bem. Parece q a época das chuvas voltou! Aquela q molha mas ao mesmo tempo conforta e acolhe. Gosto de dia chuvosos, cinzentos…claro, q não sejam todos, mas uma vez ou outra é bom. Ah, começo a ver q não sou a única a gostar de chuva!! Pessoa, Quintana…meu amigos também falam dela como necessária. Pra que? Para tudo ou para nada! Por que sempre tem que haver uma função?!
Bom, na verdade hoje já é outro dia, e não mais aquele em que comecei a escrever este texto, mas continuo querendo falar de coisas boas. Caminhar por aí, pode ser uma delas. Andar sem rumo,apenas passear,olhar ao redor e em Lisboa há muito para ver. São monumentos, prédios, praças, ruas, parques. A cada dia tenho mais certeza de q vou sentir falta daqui. Saudade é outra coisa boa. Sempre traz a lembrança de um dia feliz ou triste, mas que foi importante por algum motivo, e teve aquela pessoa te ouviu, te ofereceu ajuda, estendeu a mão ou simplesmente sorriu. Mesmo que depois ela tenha desaparecido no tempo.
Já escrevo num terceiro dia. Hoje o frio chegou e eu passei o dia tentando me proteger dele! Mais tarde vou dar uma volta, sentir o vento gelado no rosto. Eu gosto de inverno. Essa foi a coisa boa de hoje.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

cozinha nepalesa

Sexta à noite fui a um restaurante nepalês. Soa estranho?? Pelo menos diferente. Bom, primeiro conto como cheguei até lá. Há alguns meses, quando ainda fazia calor no hemisfério norte, eu e Camilão resolvemos fazer exercício físico. Íamos caminhar, sempre que possível, numa praça perto de casa e no trajeto até a Alameda Dom Afonso Henriques (adoro esse nome) passávamos por um restaurante nepalês. Sempre espiávamos, e nos parecia um lugar simpático. Na última semana, depois de muito tempo sem fazer aquele caminho, lembramos do lugar e fomos ver o menu que estava afixado na porta. Afinal, o que se come no Nepal?? Descobri que muito arroz, frango, gambas, cordeiro, legumes e tudo com muito curry. Decidimos dia, hora e companhia. Convidamos um amigo que é quase uma sucursal do Google, o Jaú (ele sabe Tupi-guarani!). Foi quem nos contou que o nome do lugar, Annapurna, é uma das maiores montanhas do mundo localizada no Nepal! O gurpo foi formado pelo Vitones, a pessoas mais bem disposta a ajudar os outros q conheço!
Durante o jantar fomos atendidos por um garço nepalês, que além de falar um péssimo português tinha língua presa! E o que será que se bebe no Nepal? Bom, o vinho foi lusitano mesmo!! A noite foi muito agradável, a comida era muito boa, barata (qualidade importante) e a companhia permitiu que a conversa durasse duas garrafas de vinho, seguida de mais uma garrafa em casa! Ainda no restauante, antes de saírmos, ganhamos um licor de manga (mas não é uma tradição do Nepal) e umas sementinha ou eram balinhas, não sei explicar o q eram, mas serviam para digestão! Enfim, tudo isso pra dizer q recomendo a cozinha nepalesa. O restaurante fica na Almirante Reis, em Lisboa, se alguém resolver ir, me avisa!

Viagem a Portugal



Actualização!
Para aqueles que não sabem, sou gaúcha, jornalista e gremista. Há pouco mais de um ano moro em Lisboa. Faço Mestrado em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. Como toda a universidade pública, muito desorganizada, mas gosto de lá. Os créditos já estão feitos, agora só falta a tal dissertação! Era só pra apresentar o texto que segue, o primeiro que escrevi do ládo de cá do oceano!

"Viagem a Portugal"
Para aqueles que quiserem me acusar de plágio, desde já me antecipo dizendo: é cópia mesmo, descarada do livro do Saramago. Outra confissão é que não consigo terminar esse livro! A idéia era lê-lo antes da viagem começar, pra que eu pudesse, a partir da narração dos lugares, buscar as paisagens descritas. No entanto, a ansiedade impediu a leitura e a descoberta desses sítios se tornou uma grata surpresa que acontece a cada dia. Talvez daqui alguns anos, quando não estiver mais em terras lusitanas, eu consiga ler estas páginas e fazer a viagem de volta. Mas o assunto aqui é outro. Passados dois meses da minha chegada, essa é a primeira vez que páro para compor em palavras tudo aquilo que tenho experimetado. Pode até parecer presunção minha, mas a cada dia me sinto mais orgulhosa das minhas capacidades de desprendimento, adaptação e relacionamento. A primeira parada foi o albergue. Pessoas diferentes no mesmo quarto todos os dias. Nunca me passou pela cabeça ter que traduzir pro ingês uma briga entre uma francesa e uma portuguesa que acordavam em horários diferentes! Ou mesmo fazer uma amiga portuguesa interessada em cinema brasileiro que me abriu um sorriso acolhedor quando ao redor eu só via estranhos. Ainda tiveram os amigos que jogaram sinuca comigo na minha primeira noite em Lisboa; e os que jogaram na noite seguinte. É incrível como passados apenas alguns dias, todo aquele sentimento gerado pela antipatia que recebi por parte de alguns nativos, já parece ter desaparecido. A faculdade. A primeira aula. A ansiedade. Ainda resta um pouco do desapontamento com a recepção dos colegas, pouco calorosa. Mas valeu um sorrido. Uma nova amiga, que me acolheu, amparou e recebeu. Foi como se em alguns minutos eu estivesse em casa. Pessoas, risadas, reclamações, barulho. As vezes a gente esquece que o barulho é importante e que poder ficar em silêncio,mas com alguém sentado ao lado, é uma questão de sobrevivência. Acabei voltando a minha atenção pra aquilo que é realmente necessário. Pelo menos nesse momento. Esperar alguém tomar banho, lavar uma pilha imensa de louça, varrer, limpar ou mesmo montar uma árvore de natal com pessoas que conheço a mesmo de 60 dias se tornaram obrigações agradaveis. As descobertas sempre trazem coisas boas. Andar por uma rua nunca antes imaginada. Ou conversar por horas com um melhor amigo recém feito. Abraçar alguém. Mas ainda com receio de q o abraço seja forte demais. É o mais incrível em qualquer viagem, conhecer pessoas! As paisagens são bonitas, conviver com outra cultura é muitas vezes indescritivel, mas a possibilidade de descobrir pessoas e tudo aquilo que cada uma delas pode trocar comigo, é o que mais me instiga. A contemplação se torna muito mais prazeirosa quando se pode dividir as sensações com outros. Mas é preciso estar aberto a esses novos relacionamentos sem julgar ou buscar aquilo que, porventura, tenha ficado pra trás. Talvez porque seja final de ano, e nessa época geralmente ficamos mais melancólicos, eu tenha me sentido à vontade pra começar a escrever algumas linhas. Me despeço de mim mesma, esperando caminhos felizes pra essa viagem que não quero que acabe tão cedo.
17 de dezembro de 2007

domingo, 26 de outubro de 2008

finalmente!!!

adiei muito a história de escrever um blog! queria escrever para um jornal, uma revista, sei lá, algo mais importante! por fim...me rendi! resovi deixar a preguiça de lado e escrever algumas coisas talvez não tão importantes quanto necessárias, pelo menos pra quem as escreve. poder dizer de mim, dos meus amigos, das minhas tristezas e alegrias. daquilo que eu li ontem ou o que vi no final de semana. contar sobre o presente que ganhei hoje ou sobre o livro que comprei noutro dia. não vai ser necessariamente um relato diário, mas provavelmente sobre lembranças e observações de venho guardando de Lisboa e de outros lugares.

nota explicativa: sim, o nome do blog é uma homenagem ao chico, à Portugal, ao Brasil e a outros tantos lugares que os mares ainda vão me levar.