segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A vida dos outros

*A Viagem a Darjeeling ( The Darjeeling Limited, 2007). O filme de Wes Anderson traz Owen Wilson, Andrien Brody e Jason Schawartzman numa “jornada espiritual” pela Índia. Os três irmãos – e hipocondríacos – partem numa viagem de trem em busca de autoconhecimento e de uma re-aproximação, já que não se falam há um ano. Mas como em toda viagem, planos mudam e malas atrapalham. O filme conta ainda com a participação de Natalie Portman, numa sequência com Jason Schwartzman muito curiosa, e Anjelica Huston. Fazia tempo que eu não me divertia tanto. A narrativa é muito bem amarrada, engraçada sem cair no ridículo.

* A vida dos outros (Das Leben der Anderen, 2006). O filme acontece na Alemanha Oriental, e trata sobre o sistema de esponagem usado na época. É incrível como a vida dos outros pode envolver e nos parecer tão mais interessante do q a nossa! Isso é o que acontece com o espião responsável por vigiar o dramaturgo Georg Dreyman a mando do ministro da cultura que estava interessado em Christa, namorada de Georg. O filme venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado ao Globo de Ouro na mesma categoria. Assisti ao filme ontem, pela segunda vez. O engraçado é que não consigo lembrar onde e quando foi a primeira.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

366 dias!

O blog fez aniversário ontem e eu, relapsa, deixei passar! Só lembrei no meio da minha noite insone, mas tudo bem, ainda é tempo de agradecer todos que por aqui passaram!

Obrigada!

domingo, 4 de outubro de 2009

Gracias a la vida

Gente, a Mercedes Sosa morreu. Não sei exatamente quando foi a primeira vez que a ouvi cantar, mas lembro de ouvir muitas vezes um disco que nós tínhamos em casa quando eu era pequena. Assim aprendi a gostar daquela voz grave. Pra aqueles que não sabem do q eu estou falando, a cantora argentina Mercedes Sosa foi chamada de “a voz da América Latina”, ficou exilada na Europa durante a ditadura no seu país e morreu hoje aos 74 anos. Entre os grandes sucessos, Gracias a la vida (de Violeta Parra).

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el oído que en todo su ancho
Graba noche y día grillos y canarios
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él, las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano
Y luz alumbrando la ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto

Gracias a la vida, gracias a la vida

http://www.youtube.com/watch?v=WyOJ-A5iv5I

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Disfarce

Às vezes, acordo com alguém me chamando: “Juliana!”. Então levanto a cabeça, olho ao redor e não há ninguém. Talvez isso faça parte de algum sonho, não sei. Quantas vezes acordo ainda com aquela sensação boa do sonho, desejando voltar praquele universo paralelo em que tudo parece em perfeita harmonia. Apelei para o Quintana, o que ele me disse em “Os Parceiros” foi o seguinte:

Sonhar é acordar-se para dentro:
de súbto me vejo em pleno sonho
e no jogo em que todo me concentro
mais uma carta sobre a mesa ponho.

Mais outra! É o jogo atroz do Tudo ou Nada!
E quase que escurece a chama triste...
E, a cada parada uma pancada,
o coração, exausto, ainda insiste.

Insiste em quê? Ganhar o quê? De quem?
O meu parceiro... eu vejo que ele tem
um riso silencioso a desenhar-se

numa velha caveira carcomida.
Mas eu bem sei que a morte é seu disfarce...
Como também disfarce é a minha vida!


Mário Quintana

sábado, 12 de setembro de 2009

"Ó meu gentil Romeu"

Li, algumas semanas atrás, sobre um casal britânico que ficou 81 anos casados. A união só acabou por causa da morte do marido, aos 101 anos de idade. Lembrei da pergunta que lancei outro dia aqui no blog, será possível um amor recíproco não acabar em tragédia?! Cheguei a conclusão que não, a tragédia parece inerente á vida daqueles que amam. Aos olhos de quem está de fora, o desaparecimento de um senhor centenário é algo natural, até mesmo inevitável, mas para a senhora que esteve ao lado dele nos últimos 80 anos, a perda do seu companheiro deve ter sido um drama.
O que faltou para casais como Tristão e Isolda, Romeu e Julieta e tantos outros foi tempo, para que vivessem um pouco mais daquele amor. E se tempo tivessem, será que teriam a paciência, a persistência para viverem mais de 80 anos juntos? Será que o amor de Tristão e Isolda teria durado para além dos três anos que a poção do amor lhes permitia?
Numa passagem do texto de Shakespeare, Julieta, insegura como toda mulher apaixonada, pede a Romeu que se declare: “Ó meu gentil Romeu! Se amas, proclama-o com sinceridade; ou se pensas, acaso, que foi fácil minha conquista, vou tornar-me ríspida, franzir o sobrecenho e dizer "não", porque me faças novamente a corte.”
E também ela fala de seus sentimentos: “Belo Montecchio, é certo: estou perdida, louca de amor; daí poder pensares que meu procedimento é assaz leviano; mas podeis crer-me, cavalheiro, que hei de mais fiel mostrar-me do que quantas têm bastante astúcia para serem cautas.”
Esse tipo de comportamento, hoje, não é muito bem-vindo para a maioria. Qualquer um que exponha demais seus sentimentos assusta aos demais, não tem o mesmo valor que tivera outrora. As relações, de uma maneira geral, parecem ter se tornado mais superficiais, não há muita preocupação o outro. Mas também é verdade que, mesmo naqueles tempos de romantismo, amores eram construídos e desfeitos num estalar de dedos.
Até a noite do baile, em que Romeu conheceu e se apaixonou por Julieta, seu coração estava sob os cuidados da “bela Rosalina”, a ponto de o Frei Lourenço assustar-se ao saber daqueles novos sentimentos: “Por São Francisco! Que mudança é essa? Rosalina adorada e tão depressa posta no esquecimento? O coração no amor dos moços nada influi, senão somente os olhos.”Como julgar um novo amor? Ou um antigo ou futuro? Será que só podemos encontrar um verdadeiro amor ao longo da vida? Tenho medo de descobrir que, por fim, não haverá nenhum.
Acredito que seja muito mais fácil viver um amor fugaz, intenso, rápido e trágico. Ouvi outro dia alguém dizer numa entrevista, como é mais fácil trocar de parceiro do que manter um relacionamento longo. Saber satisfazer a mesma pessoa todos os dias, se reinventar a cada manhã para poder renovar uma vida a dois é muito mais complicado do que viver sempre apenas o frisson dos primeiros meses. Não desmereço as lindas histórias que viveram Isolda e Tristão, Julieta e Romeu, mas imagino o quão bela e difícil deva ter sido manter uma união por tanto tempo como conseguiu o casal centenário. Eles poderiam ter desistido aos primeiros sinais de turbulência, buscado outro par, mas fizeram outra escolha. Gosto de pensar que teria acontecido o mesmo com os casais lendários, se eles tivessem tido tempo de viver o seu amor.

ps: Para aqueles que pensam que tempo não lhes falta e se “Inês ainda não for morta”, vale uma frase de Guimarães Rosa, autor que também criou um casal cuja convivência foi interrompida muito cedo: “Quem muito se evita, se convive.”

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Até breve!


Tudo parecia menor. Essa foi a sensação ao entrar, dez anos depois, na escola em que estudei. Deve ser porque naquela época eu era criança, pensei, mas verdade seja dita, eu não cresci muito desde aquela época. Alguns meses atrás falei que haveria um encontro da minha turma, pois bem, a reunião aconteceu no último sábado.
É estranho como conseguimos nutrir uma intimidade com pessoas que passamos tanto tempo sem ver, mas entre amigos, isso é possível. Rostos e feições parecem, num primeiro olhar, diferentes. Entretanto, a memória se encarrega de nos lembrar que na sua essência são os mesmo, de dez, quinze anos atrás.
Das conversas surgem histórias que pensávamos ter esquecido, um anel que selou uma amizade, uma noite engraçada, uma briga que ninguém sabe porque começou! A comemoração teve, além do passeio pela escola, jogo de futebol, camiseta da turma e jantar, com a presença de alguns professores.

Como era esperado, muitos colegas casados e noivos, alguns com filhos e outros não puderam comparecer, e foram esses os que geraram maiores comentários sobre onde e como estariam, no que trabalham… Ah, e tivemos a participação virtual do Manabu, direto de Londres.
Pena que o dia passou rápido, não deu tempo de conversar com todos sobre tudo. Quando estava de saída um colega me disse: “Nos vemos na festa de 15!” Respondi que não, que esperava vê-los antes disso. Claro que será difícil encontrar a maioria deles, mas que sejam apenas alguns, já serão o bastante pra manter a lembrança daquela época sempre presente.
ps: não consegui falar com o Patrick Dempsey a tempo!


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Notícias (quase) inúteis

Foi divulgado, ontem, o resultado do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), no qual o Ministério da Educação avaliou 7.329 cursos de 30 áreas. As regiões que tiveram mais cursos de excelência foram a sul e sudeste. A UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) está entre as melhores notas – junto com a UFRJ e a UFMG. Como vocês podem ver, a abreviatura da universidade federal daqui, muda um pouco, já que não tem apenas a sigla do estado, RS. Deve ter sido essa a confusão da Globo, que insiste em usar “UFRS”. Desde ontem, ninguém conseguiu corrigir a arte que continua sendo usada em todos os jornais da emissora, incluindo a Globo News. É verdade que isso não muda muito, mas é um erro desnecessário.

O ex-presidente Fernando Collor de Melo foi eleito imortal da Academia Alagoana de Letras (AAL), mesmo sem ter publicado nenhum livro. A instituição aceitou os artigos e discursos publicados pelo, hoje, senador, como material suficiente para sua eleição. A posse está prevista pra outubro. Hein? Me nego a falar no assunto, só queria dividir a informação e, espero, a indignação com alguém.

Embora a cesta básica tenha ficado mais barata em nove capitais, a mais cara do Brasil continua sendo a de Porto Alegre, por R$ 238,67. O valor pago pelos gaúchos é 70 reais a mais do que a cesta mais barata que é de Aracaju. ( Dados do Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)

Retiraram do ar o Jornal Nacional de Sexta (TVI), que era apresentado pela Manuela Moura Guedes, jornalista portuguesa conhecida por seus comentários críticos (e sua boca protuberante). Eu me divertia muito assistindo a esse jornal, as causas do cancelamento parece q ainda estão sendo esclarecidas, mas posso imaginar algumas delas... (Informações dos jornais Público e Diário de Notícias)

sábado, 29 de agosto de 2009

Espera...

Há quem diga dela bendita, quando o que se espera é algo bom, feliz, proveitoso, pois trouxe com o seu fim, uma boa nova! Há também quem diga ser a espera maldita, já que nunca sabemos o seu final. Mas também há aqueles que falam dela como necessária, provedora de momentos de reflexão, amadurecimento. Ela pode ser longa, demais para a paciência da maioria ou curta, quanto o tempo de espera entre uma refeição e outra. Todo mundo sempre espera por alguma coisa, por algum acontecimento, por alguém. Nem sempre são coisas extraordinárias, a maioria delas é simples, mas ainda assim, podem demorar a chegar…
Em “Últimos dias”, Drummond diz:

“O tempo de despedir-me e contar
que não espero outra luz além da que nos envolveu
dia após dia, noite em seguida a noite, fraco pavio,
pequena ampola fulgurante, facho, lanterna, faísca,
estrelas reunidas, fogo na mata, sol no mar,
mas que essa luz basta, a vida é bastante, que o tempo
é boa medida, irmãos, vivamos o tempo.”

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. Relógio D´Água Editores, Lisboa, 2007.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Legítimo, "Azar o teu!"

Essa é uma história de caráter ficcional, hipotética, mas que poderia ter acontecido. Imagine que tu deixas teu carro estacionado, à noite, numa rua de Porto Alegre. Na manhã seguinte, alívio, o carro ainda está lá. Entretanto, uma hora depois, o carro desaparece. Pergunta-se para todos os vizinhos, pessoas que estejam próximas ao local, ninguém viu nada. O que fazer nesse momento? Ir até a delegacia mais próxima fazer um boletim de ocorrências. Não vou nem mencionar o fato do carro não ter seguro, ainda estar sendo pago e ser usado como veículo de trabalho, vamos para o melhor da história. Três anos depois, um telefonema: “Gostaríamos de informar que o seu carro foi guinchado na data tal, porque estava estacionado em local proibido, se o senhor quiser retirar o seu carro deve pagar 12 mil reais de diárias para o depósito.” Hein??!! Que palhaçada é essa?! Pois, a história segue. Os responsáveis pelo guincho não só não deixaram qualquer aviso no local onde estava o carro, como souberam, pouco depois de a ocorrência ter sido feita, que o carro constava como furtado. Mas, para o completo azar do dono, eles não têm obrigação de avisar isso para a Polícia! Parece uma narrativa um tanto surreal, não?! Talvez eu esteja me passando um pouco no processo criativo, mas tem mais. Depois de obter um documento que restitui o veículo ao seu proprietário de fato, ele não pode retirá-lo sem que as diárias sejam pagas, um valor, diga-se de passagem, superior ao carro no seu estado atual. A esse valor, somam-se os impostos do automóvel que não foram pagos nos últimos anos, porque o infeliz teve a péssima idéia de, durante três anos, pensar que seu carro havia sido roubado! O curioso, é que, nunca, nenhuma multa foi cobrada por estacionamento em local proibido. Bom, agora segue um processo judicial, vamos ver o que eu vou inventar pra encerrar essa história, tomara que a minha imaginação me leve a um final feliz!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sem sofrimento, não há romance!

Desde o ano passado, tenho um sonho que já se repetiu algumas vezes. É o meu casamento, mas o noivo eu até hoje não sei quem é. No entanto não é esse o problema, a dificuldade toda é que nunca quero entrar na igreja! Na hora bate a dúvida, o pavor, e eu resolvo não casar! Daí sempre tem alguém que tenta me convencer, já passaram alguns amigos por essa tarefa árdua, entretanto, nenhum deles até agora teve sucesso!
Lembrei desse sonho/pesadelo, porque fui ao cinema ontem, assistir Se beber, não case (The Hangover), do diretor Todd Phillips. O filme teve um orçamento baixo, em relação aos padrões hollywoodianos (só 35 milhões de dólares), mas ganhou no roteiro. A história não é lá muito original, um grupo de amigos vai festejar a despedida de solteiro de um deles em Las Vegas. A comédia não se desenrola sobre a noite que eles passaram na "Cidade Proibida", e sim na tentativa em descobrir o que aconteceu na tal noite que foi simplesmente esquecida por todos e na busca pelo noivo que desapareceu na véspera do casamento! Esse é um dos motivos que sempre me levaram a crer, que não se faz despedida de solteiro às vésperas do casamento!! No mínimo, uma semana de antecedência, pra dar tempo de os noivos aparecerem com uma cara saudável na cerimônia ou de avisar os convidados sobre o cancelamento do casamento! Bom, de volta ao que interessa, o filme é engraçado, tem bons diálogos e nenhuma estrela hollywoodiana querendo roubar a cena, o que já ajuda muito! Bom, meu sonho não parece ter muito a ver com o filme, a menos que o noivo também desista. Será? Não vou contar o final.

*Para Ana Maria
Outro filme que vi foi Romance, do Guel Arraes, com Wagner Moura e Letícia Sabatella. Aninha, se tu ainda não viste, procura! Acho que vais te apaixonar ainda mais! A narrativa tem como pano de fundo a história de Tristão e Isolda, “a origem de todos os casais românticos”, que segue a máxima “sem sofrimento, não há romance”. Será possível um amor recíproco não terminar em tragédia? Essa dúvida não está restrita a qualquer personagem, acredito que ela passe pela cabeça da maioria dos casais...

Para terminar, um filme que foi premiado no Festival de Berlim, Um herói do nosso tempo (Live and Become, 2004), do diretor Radu Mihaileanu. O título em português ficou um pouco apelativo demais pro meu gosto, mas enfim, o filme vale a pena. Em 1984 muitos judeus africanos da Etiópia são levados à Israel com a expectativa de melhores condições de vida. Na ânsia de melhores oportunidades, Shlomo, um menino cristão, é mandado pela mãe como filho de uma mulher judia, que morre logo na chegada à Israel. Ele é, então, adotado por uma família francesa. A saudade da mãe, a inadaptação àquele lugar, onde a água escorria por um buraco no chão, as pessoas dormiam em camas e a uma religião desconhecida, foram dificuldades que Shlomo passou com apenas 9 anos. Foi também nessa época que ele conheceu o preconceito, racial, étnico e religioso. "O filme coloca essa questão. Scholomo é cristão, etíope, africano e vai se tornar também judeu, israelense, francófono." Essa frase que Mihaileanu disse em entrevista à Folha Online (em março de 2006), resume a narrativa. A maneira como o personagem enfrenta todos esses desafios, ligados à identidade e aceitação, é o que impressiona no filme.

domingo, 23 de agosto de 2009

"E o passado é uma roupa que não nos serve mais"

Precisou o Belchior desaparecer pra resolverem falar no grande compositor e músico que ele é. Acabei de ver no Fantástico o "misterioso desaparecimento do artista". Soou tão estranho ouví-los falar de um "cantor da MPB" que fez sucesso há anos atrás, como se a maioria das pessoas não conhecesse o Belchior. Mas depois lembrei q, muitas vezes que me referi a ele, as pessoas que estavam a minha volta, não o conheciam. Que absurdo! Fui ao show dele no Opinião, em 2005 ou 2006, não sei a data exata, mas lembro que adorei! Quase todas as pessoas presentes sabiam as letras e cantavam ao alto e bom tom. Muitas vezes, nesses meses que estive longe do Brasil, me peguei cantanto Apenas um rapaz latino-americano, eu sei, clichê ao extremo, mas a música diz tudo: "Eu sou apenas um rapaz/Latino-Americano/Sem dinheiro no banco/Sem parentes importantes/E vindo do interior/Mas sei que nada é divino/Nada, nada é maravilhoso/Nada, nada é sagrado/Nada, nada é misterioso, não..."
Como ele mesmo disse em Velha roupa colorida, "No presente a mente, o corpo é diferente/E o passado é uma roupa que não nos serve mais", é o que a maioria das pessoas fazem, deixam o passado, o antigo guardado, longe do alcance dos olhos. Essa e Como nossos pais, ambas gravadas pela Elis, estão entre as músicas que mais gosto do Belchior, mas À Palo Seco ainda é a preferida, que ele cantou há poucos anos com os Los Hermanos:

À Palo Seco
(Belchior)

Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava.
De olhos abertos, lhe direi:
- Amigo, eu me desesperava.
Sei que, assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 73.
Mas ando mesmo descontente.
Desesperadamente eu grito em português:2x (bis)

- Tenho vinte e cinco anos de sonho e
De sangue e de América do Sul.
Por força deste destino,
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um blues.
Sei, que assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 73.
E eu quero é que esse canto torto,
Feito faca, corte a carne de vocês.(2x)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mulher Maravilha!!

Outro dia me dei conta do quanto as pessoas gostam de usar esse adjetivo: maravilhoso. "Fulano é maravilhoso", "a festa estava maravilhosa". Pensei que são poucas as coisas q me maravilham, deve ser por isso que quase nunca uso essa palavra - e suas derivadas. Talvez algum lugar ou paisagem tenham me maravilhado ou momento, embora não lembre de nenhum agora.

É que me parece ser uma palavra com significado tão extraordinariamente grandioso, que não pode ser usada de maneira corriqueira. Recebi uma mensagem, algumas semanas atrás, dizendo que eu era “a pessoa mais maravilhosa do mundo!” Imaginem só, se eu fosse mesmo, deveria estar santificada em algum altar, com oferendas e agradecimentos ao redor! Vocês também não acham que é demais? Se assim fosse, eu mereceria uma travessia do Oceano Atlântico a nado, ou uma hipoteca de casa alheia pra me comprar o maior e mais maravilhoso presente de aniversário do mundo, ou então uma carta de amor, a mais ridícula e mais comprida do universo, com uns 18.122.004km. Eu já ficaria feliz com uma surpresa mais modesta, a maior e mais gostosa caixa de chocolates ou uma porção de outdoors espalhados pelas ruas com meu nome, sei lá, a pessoa mais maravilhosa de todas deve merecer coisas grandiosas desse tipo.

Mas me contento em ser uma boa pessoa, correta, com, pelos menos, um ou outro momento feliz no meu dia. Sempre fui adepta dos pequenos gestos, das palavras mais singelas, de pessoas mais contidas, me parecem mais verdadeiras. Agradeço a quem já tenha me chamado de “maravilhosa” por qualquer que seja o motivo (geralmente não sou eu, é o cabelo), mas é uma grandeza que não cabe em mim, como vocês podem imaginar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

"Tá caindo a casa!"

Essa foi a impressão de Rodrigo Amarante e do público que lotou o Bar Opinião ontem à noite durante o show da Little Joy.
A banda subiu ao palco sob fortes aplausos da platéia, mas o som só começou a rolar uns 10 ou 15 minutos depois por problemas com o microfone da vocalista Binki Shapiro. Problemas esses que só foram totalmente solucionados lá pela metade da apresentação. As dificuldades foram amenizadas com o bom humor dos integrantes, principalmente de Fabrizio Moretti, que disse que, apesar dos problemas de som, Porto Alegre foi o melhor lugar pra eles começarem a turnê pelo Brasil! Se isso é mesmo verdade, não sei, mas ajudou a quebrar o clima que a falha na produção causou. O engraçado é que a banda que abriu, a The Dead Trees, não pareceu ter tido os mesmos problemas, mas é verdade que perdi o início do show, então...
Fora os transtornos, a apresentação da banda foi boa, num clima de show na garagem de casa: alguns com a sua garrafa ou lata de cerveja na mão, cigarro entre os dedos, todos circulando muito a vontade no palco. Ainda teve outro comentário pertinente do Amarante, o mais nativo do grupo(já que Fabrizio mora desde criança nos Estados Unidos): “Corta a caipirinha dos gringos!”, mas acho q não adiantou! Durante o show, me lembrei um pouco do Los Hermanos, não só pela presença do Rodrigo, mas pela dupla de metais no fundo do palco. Eu gosto muito de instrumentos de sopro, parece que valorizam mais a música, como em Shoulder to Shoulder.
Pontos altos da noite: Unattainable, Keep in Mind, Brand New Start, Evaporar e Procissão, do ex-ministro Gilberto Gil que fechou a apresentação da banda.

Ps: Não tirei fotos dessa vez! Nos últimos shows que fui, era tanto gelo seco no palco, que o flash sempre estourava e as fotos não prestavam pra nada! Se tirava sem flash, a falta de um tripé e a minha mão instável, me davam uma foto borrada! Portanto, a foto que ilustra o post é de divulgação da banda, e foi retirada o site lastfm.com.br

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Tempo Livre

Essa semana conversei com meu amigo Victor, sobre como o excesso e a falta de tempo parecem seguir juntos. Já é velha essa história, mas também verdadeira, quanto mais tempo nos sobra, mais ele parece escasso!

O que eu tenho feito afinal? Bom, logo que cheguei fui pro show da Maria Rita, no Teatro do Bourbon Country, um espaço novo pra mim, não conhecia. Gostei bastante (do local e do show), ela contou não só músicas do novo disco, Samba Meu, mas também canções dos cds antidos com arranjos diferentes. Durante a apresentação, ela falou da preocupação que teve em o público gaúcho não gostar deste novo trabalho que traz apenas sambas. Até parece que gaúcho não gosta de samba!!! Lupicínio era gaúcho, cantava dor de cotovelo em ritmo de samba canção! Mas como ela mesma disse, depois de cinco apresentações aqui no Estado, já se convenceu da aceitação.

No final de semana passado, fui ao Margs, ver a exposição sobre o Realismo Francês entre 1860 e 1960. Confesso que fiquei impressionada, achei que seria uma mostra pequena, mas não, é extensa em muito bem organizada. Me surpreendi em saber que maioria das obras estão no Brasil, no Masp, em São Paulo. É possível ver o trabalho de grandes nomes internacionais como Renoir, Monet, Manet, Picasso, Miró, Van Gogh e também nacionais como Portinari, Iberê Camargo, Tarsila do Amaral, Anita Malfati entre outros.

Na última semana assisti a um filme muito bom. Eu tinha visto o trailler alguns meses atrás, mas acabei não indo ao cinema vê-lo, enfim, o nome é O Visitante, do diretor e roteirista Thomas McCarthy. A história é de um professor, que está sempre muito ocupado, embora não tenha nada pra fazer. Qualquer semelhança é mera coincidência! A vida dele começa a ganhar algum sentido depois que ele conhece um casal de imigrantes ilegais, um sírio e uma senegalesa, que lhe apresentam um ritmo e uma vida novos. Um filme bonito.

Ah, também revi (é assim, não?! Ainda não terminei de estudar a nova gramática q comprei!) um dos melhores filmes que já vi: O menino de pijama listrado. É baseado no livro de John Boyne. Além de ser um dos melhores, é também um dos mais tristes. Lembro que vi esse filme na Espanha, com meu irmão. Ele já havia lido o livro, e eu fui sem muita informação, só sabia que era um filme sobre nazismo, nada mais. Pô, fiquei sem reação no final do filme. Vale a penar ver.
Fora isso, também faço planos. Por exemplo, amanhã vou ao show da Little Joy, a banda que é formada pelo Amarante, do Los Hermanos, o Fabrizio Moretti, do The Strokes e a namorada dele, Binki Shapiro. Gosto do cd deles, espero que a apresentação também convença. Unattainable e Keep me in Mind são das músicas que mais gosto.

E no dia 27, vou FINALMENTE assistir Tangos e Tragédias!!! Há anos me programo pra ir, mas por algum motivo, nunca fui. Eles apresentaram a peça em Lisboa esse ano, uma semana depois de eu ir embora!! Mas agora sim, eu vou, ingresso comprado! Mesmo sem ter ido, eu recomendo, a temporada em comemoração aos 25 anos da peça estará no São Pedro do final de agosto ao início de setembro, no site do teatro tem todas as informações.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Cedo ou tarde

Depois de uma semana, meu relógio biológico continua no horário errado! durmo cedo, acordo cedo, com a sensação de que é sempre muito tarde! bom, não deixa de ser um hábito saudável!

Ontem me esforcei pra ficar acordada um pouco mais, assisti ao Programa do Jô. A entrevista da noite foi com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O tema, a tal gripe. Quando o Jô começou a falar sobre a cultura dos gaúchos de tomar chimarrão ser um dos motivos pelos quais há muitos casos da doença no Rio Grande do Sul, desisti. Preferi dormir e respeitar meus antigos horários.

A sensação é de que nos últimos dois anos, as coisas não mudaram muito. Continua tudo igual, como se eu tivesse passado um mês longe daqui. Mas se perguntarem, o que deveria ser diferente, não saberia responder. Eu também continuo a mesma, embora um pouco diferente.

Ainda tenho que encontrar alguns amigos, contar sobre a minha vida, ouvir sobre as suas, trocar lembranças e seguir o inverno... O poema do dia é da Cecília. Talvez eu já o tenha reproduzido noutro dia, não lembro, mas isso pouco importa.

Serenata (Cecília Meireles)
" ... Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo ... "

sábado, 25 de julho de 2009

Sin sentir sintiendo

Voltei pra casa! Ou pra antiga casa... ainda me sinto um pouco sem lugar, mas é só um período de adaptação, tenho certeza...
A música que segue é do Vitor Ramil, pra quem não conhece, um compositor e cantor gaúcho.

MILONGA
Vitor Ramil
poema do folclore Uruguaio

Digo que siento desvelo
Digo que siento aflicción
Digo de corazón
Digo que llorar no puedo
Digo que en mi triste suelo
Digo que padezco, si
Digo que puesto a sufrir
Digo que dentro de un lecho
Digo que dentro ‘e mi pecho
SIENTO Y NO SIENTO SENTIR

Salvo estoy de mi entender
Salvo de hacer exigencias
Salvo de correspondencia
Salvo me tiene un deber
Salvo de todo placer
Salvo estoy porque comprendo
Salvo de una dicha vengo
Salvo de un buen porvenir
Salvo vivo de morir

DE UN SENTIMIENTO QUE TENGO
Quisiera que el más cantor
Quisiera un consejo darme
Quisiera nunca acordarme
Quisiera tener valor
Quisiera en este dolor
Quisiera hacer dividir
Quisiera para vivir
Quisiera el alma serena
Quisiera apartar las penas
QUE HE SENTIDO SIN SENTIR

Tengo en el sentido valor
Tengo cambiado el pesar
Tengo que recuperar
Tengo la esperanza en Dios
Tengo en este gran dolor
Tengo el alma batiendo
Tengo que vivir sufriendo
Tengo una pequeña duda
Tengo en mi mente segura
QUE ESTOY SIN SENTIR SINTIENDO

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Amsterdam

Apesar da chuva e do frio, em pleno verão europeu, gostei muito de Amsterdam. As casas antigas, na sua maioria em cores escuras, alguma tortas, em meio aos canais q cruzam a cidade, são o que caracterizam a capital holandesa.

A alusão à legalidade do uso de maconha estão por todos os lados, numa infinidade de produtos à venda. O conhecido bairro vermelho, onde mulhres dançam em vitrines, é um pouco deprimente, mas faz parte da cultura da cidade.

Os museus foram certamente o ponto alto dos dias q passei lá: o Rijksmuseum, com obras de Rembrandt e Vermeer e o Van Gogh Museum.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Terapia Rodriguiana

Sugestão de leitura: "A Vida como ela é...", de Nelson Rodrigues.

Dois ou três contos por dia são suficientes pra deixar muito terapeuta no chinelo!!

"A dama do lotação" ou "Uma senhora honesta", além de proporcionarem uma leitura engraçada, os textos dizem muito da natureza humana.

É batata!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A sapiência do elefante

Estou lendo A Viagem do Elefante, do Saramago. Já faz algum tempo q comecei, mas só agora consegui parar e ler com atenção. Eis alguns trechos muito sábios retirados de algumas poucas páginas (imaginem o que haverá em todo o livro).

"...como diz a filosofia do elefante, se não pode ser, não pode ser."(p.54)

"A dura experiência da vida tem-nos mostrado que não é aconselhável confiar demasiado na natureza humana, em geral."(p.55)

"O destino, quando lhe dá para aí, é capaz de escrever por linha tortas e torcidas tão bem como deus, ou melhor ainda."(p.56)

"Como o boieiro (o cara q cuida dos bois) não sabia cavalgar, um caso flagrante, como se vê, das consequências negativas de uma excessiva especialização profissional, içou-se com dificuldade para a garupa do cavalo do sargento e lá foi, rezando, numa voz que ele próprio mal conseguia ouvir, um interminável padre-nosso, oração da sua especial estima por aquilo que se diz de perdoar as dívidas." (p.58)

"Não é verdade que o céu seja indiferente às nossas preocupações e anseios. O céu está constantemente a enviar-nos sinais, avisos, e se não dizemos bons conselhos é porque a experiência de um lado e do outro, isto é, a dele e a nossa, já demonstrou que não vale a pena esforçar a memória, que todos a temos mais ou menos fraca." (p.67)

"Fez plof e sumiu-se. Há onomatopéias providenciais." (p.94)

Leitura divertida......bom, sou um pouco suspeita, gosto da escrita do Saramago. Já foi assunto de um post o quanto gostei de Ensaio sobre a Cegueira; e As intermitências da morte tem um dos melhores começos e finais de livro q já li!

Veremos o que acontece no dia seguinte!

SARAMAGO, José. A Viagem do Elefante, Editora Caminho, Lisboa, 2008.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Itália

Passei a semana passada na Itália. Adorei. Só posso falar do pouco que conheci (Milão, Pádua, Veneza, Florença e Roma), mas as cidades são incríveis. Monumentos, castelos, museus, galerias, arte por todas as partes. Mas a que mais me impressionou foi Veneza. Como viver me meio a água?? Abrir a porta de casa e precisar de um barco pra poder sair?! Achei o máximo ver um "táxi-barco" e um "barco da polícia"!!



Claro que visitei várias igrejas, o que vai me permitir um lugar privilegiado no paraíso, ainda mais que tive q pagar pra ver a Cappella Sistina! Mas Michelangelo valeu o dinheiro gasto, é o máximo aquele teto! Em Milão, a Galleria Vittorio Emanuelle enlouquece qualquer um, por menos consumista que seja; em Florença, a Galleria Uffizi tem uma coleção de dar inveja, com Botticelli, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Caravaggio e tantos outros. Em Padova (assim a chamo por causa da Veri, em português é Pádua), além da tão aclamada Basílica de Santo António, obras de Donatelo e uma torre, de onde Galileo Galilei costumava olhar o céu com seu telescópio!

Viagem enriquecedora!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Diário de uma viajante cansada!


Sevilla, dia 10 de junho de 2009


Estou sentada num dos bancos do Prado de San Sebastián, um parque em frente à universidade, onde tenho que pegar o ônibus para o aeroporto. Vida de viajante cansa, eu ainda tenho alguma horas antes de ir embora, poderia seguir passeando, há tanto para ver, mas não... A mochila pesa, as pernas doem e o barulho da água caindo no chafariz em frente ao meu banco é inebriante (não sei se era essa palavra exata que buscava, mas foi a que me veio à mente). A uns 20 passos de onde estou sentada, há uma feira iberoamericana de artesanato e outras quinquilharías. Estou planejando ir até lá, até o fim da tarde. Talvez só mais alguns minutos e eu vá até lá... se bem que há dessa feiras por todos os lados e faz muito sol lá...

Bom, sobre Sevilla, gostei muito! Comprei um leque! Adorei a Catedral, a Plaza de España, El Divino Salvador, Casa de Pilatos. Meu hostel, que era uma casa muito simpática, ficava perto da calle Sierpes, uma rua comercial muito movimentada, mas sem circulação de carros. Conheci a cidade toda andando.

Outro dia fui à Córdoba de trem, e um senhor, já idoso, tão simpático quanto solitário, resolveu me fazer companhia e num vagão praticamente vazio, escolheu sentar ao meu lado. Me contou que era de Córdoba, mas estava resolvendo algumas coisas em Sevilha. Me recomendou que eu conhecesse também Granada, ao que respondi que gostaria, mas não haveria tempo. Nos despedimos na estação.

A principal atração da cidade é a mesquita, que virou catedral, o que permite um contraste arquiteto-religioso incrível! Na entrada da Catedral/Mesquita, passei pela "Puerta del Perdón", espero que tenha funcionado! Córdoba é menor do que Sevilla, mas também permite umas belas caminhadas. Uma observação, entre os turistas, há muitos americanos em Andaluzia. Nas três noites q passei na cidade, dividi o quarto com 4 estadounidenses e havia outros tantos no albergue!

O barulho da água já começa a dar sono e ainda me sobra tempo...

Amanhã haverá uma grande festa na cidade, e vou perder! É Corpus Christi, soube que eles fazem encenação e tudo mais, a praça já está decorada.

A tarde no parque está agradável, é bom contar coisas pra alguém (mesmo q em carta), sempre ajuda a passar o tempo! Ma agora sim, vou me preparar pra esperar o ônibus. Tchau pra todos e se puderem, visitem Sevilla!!

ps do aeroporto: não fui à feira!!

ps de Tarragona: achei estranho q muitas vezes eu não entendia o que as pessoas me falavam, mas acreditei q era culpa do meu ouvido mal treinado. qdo cheguei, a primeira pergunta q o Thiago e a Eli me fizeram era se eu tinha entendido o q os sevilhanos falavam?! entendi que a culpa não era só minha, mas tb do sotaque, q é muito diferente do falado na Cataluña, qq coisa como um gaúcho q um nordestino!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Os ombros suportam o mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Destinado a......

Destino. Será que realmente existe? Às vezes me custa muito crer que já nascemos destinados à qualquer coisa, me parece uma situação cômoda demais. Se assim fosse, por que eu teria que me preocupar todos os dias que acordo em estudar, trabalhar, essas coisas regem uma existência ordinária? Anyway, essa é só mais uma das dúvidas existenciais que me perturbam.

Acho simplista demais acreditar em qualquer tipo de predestinação, mas se isso realmente não existir, que simplória será a nossa existência!! O mistério da vida é que nos permite ter aquele frio na barriga, ninguém sabe o que acontece antes ou depois, tampouco controlamos o que ocorre no agora. Mas será que alguém o faz?!

Pois bem, há dias em que acredito que sim, há algum propósito, uma razão qualquer e que sim, estou destinada a fazer algo, sei lá, qualquer coisa, só não sei qual, ainda. Ou melhor,se existe mesmo eu já devo estar vivendo meu destino… todas as minhas decisões, devem ser reflexo daquilo que de alguma forma foi anteriormente determinado. Mas eu também devo poder alterar esse destino, ou será q não?!

Será que se fizer meu mapa astral ajuda? Meus conhecimentos astrológicos se limitam ao horóscopo, não sei o quanto além eu consigo ir…. Bom, era isso, espero que haja alguém com quem compartilhar as minhas dúvidas. Vou seguir dividindo meus dias entre o ceticismo e a crença em “algo maior”.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Tanto mar...


Hoje tive uma necessidade de ler Quintana:

O AUTO-RETRATO
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

DO AMOROSO ESQUECIMENTO
Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Essa foto - de um barco solitário o meio do oceano - eu tirei na sexta passada, no Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Absurdo!!!!

Eu odeio companhias aéreas, com todas as minhas forças!!!! São mercenárias ao extremo, lucro, lucro e lucro. Não ha nenhum outro tipo de interesse, sejam elas low cost ou não, o princípio se mantém! Ora, onde já se viu, cobrar 15 euros por kilo de bagagem!!!! Será q eu sou a única a achar isso absurdo?!!!

Bom, eu faço boicote! Já tenho uma lista com três companhias q eu não vôo mais! Daqui uns dias vou ter q me limitar a trens e ônibus!!!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Acordar

" Todos os dias agora acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que hei-de fazer das minhas sensações
Não sei o que hei-de fazer comigo sozinho.
Quero que ele me diga qualquer coisa para eu acordar de novo."

Alberto Caeiro

sexta-feira, 8 de maio de 2009

De malas e bagagem!


Faz uma semana que jogo coisas fora. E elas não acabam. Porque será que a gente junta tanta tralha?? Não consigo entender! Já tenho duas sacolas com roupas, uma com sapatos e outra com livros para doação. Outras coisas como travesseiros, edredom, toalhas e lençóis vão ser divididos entre os amigos que ficam. uma caixa de livros já está pronta para ser enviada para o Brasil, e ainda assim, o que resta não cabe nas malas que trouxe! sempre tive uma máxima, não ter mais do que aquilo que possa carregar. o problema é que não consigo seguí-la! Pra que tudo isso? Qual a necessidade? Talvez sirva justamente para que possamos fazer esses questionamentos, vai saber?! Lembro que antes de vir para Lisboa, fiz uma limpeza dessas em casa. Joguei tanta coisa fora e arrumei as malas com o que julgava necessário. Menos de dois anos depois, o voulme parece infinitamente maior! Quando exatamente isso aconteceu?! Eu não percebi nada! É bom deixar algumas coisas pra trás, não se apegar tanto, mas continuo preferindo minhas roupas mais antigas, aquelas já rasgadas, furas e consequentemente, mais confortáveis! Meu pijama do Snoopy tem um furo na bunda, mas eu gosto tanto dele!! Outro, a costura da calça abriu na segunda semana de uso, ao invés de ir trocar, pedi a camila que costurasse, vocês não imaginam como ficou bonito!!! tem a minha calça jeans preferida, que comprei em 2003 no Iguatemi, a camiseta que comprei em 2006 em Vancouver que uso pra caminhar, uma blusinha branca que tenho, comprada em algum ano que nem me lembro mais qual foi, meu tênis rosa que tem garras na sola - o que me faz quase uma spider woman - as coleções de livros que vinham nos jornais q eu pegava na News Search e ainda não li. Fiquei impressionada nos últimos dias com a capacidade de coisas que temos a capacidade de juntar ainda mais eu, que gosto de guardar tudo e mais um pouco como recordação. Mas, fazer o que, algumas dessas recordações vão ter q ficar só na memória, c'est la vie!
ps: sim, a foto é do meu quarto!!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Allgarve

Aproveitei o feriado para conhecer o "Allgarve" e descobri que lá era carnaval! e ninguém me avisou pra levar fantasia!!! ficamos em Albufeira, na Praia da Oura. Sempre soube que havia muitos ingleses praqueles lados, mas nunca pensei q fossem tantos! e tão animados. e tão escandalosos. havia muitos grupos nas ruas, mas todos muito bem separados ou eram de homens ou de mulhes (mistura não vale) e muitos fantasiados!!! deve ser algum costume de viagens de férias, todo grupo usar roupas verdes, perucas coloridas, se vestir de smurfs, embora a smurfete tenha ficado em casa ou de Borat - personagem do ator Sacha Baron Cohen -, o jornalista do Cazaquistão que passeou pelos USA com um "pseudomaiô" verde (sim, havia um fulano em traje semelhante!) Como já disse, pareciam todos muito felizes, alguns visivelmente bêbados, prontos pra festa. outro detalhe chamou atenção, o "Allgarve" é a Las Vegas portuguesa, eu nunca vi tamanha concentração de luzes, a propósito, pra que tanto neon??
Bom, era só pra contar que viagem foi ótima, fez sol todos os dias, ventou um pouco, mas tudo sob controle! O hotel, que foi escolhido completamente às escuras, sem recomendação ou muita informação, se revelou muito agradável, uma boa escolha (apesar da porta da sacada ser um pouco temperamental). Ah, e aquela história de que no sul a água não é tão fria quanto em Lisboa, é mentira, balela, o mar é tão gelado quanto!!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aluga-se um namorado?!

Minha turma de colégio está organizando uma grande festa – assim espero – para comemorar os dez anos de formatura. Com alguns sempre mantive contato, outros não vejo desde o dia da colação de grau no auditório do colégio. A maioria já está formada, muitos já casados, com noivos e afins, alguns com filhos e, até onde eu sei, todos vivos pra contar história. Essa festa me fez lembrar daquelas cenas de filmes e novelas em que há sempre uma solterona que não quer ir à festa porque todas as suas amigas vão estar com os seus respectivos e filhos e ela vai estar sozinha. Hahahahaha, sim, dramatismos à parte, essa vou ser eu!!! Há um clássico da sessão da tarde, Namorada de Aluguel (Can´t buy me love, 1987), com Patrick Dempsey no tempo em que ele nem sonhava em namorar a Grey! Seria no mínimo engraçado, mas claro, apenas uma solução temporária! Me veio à mente outro clássico juvenil, Carrie, a estranha (Carrie, 1976), mas esse não tem nada a ver, nunca tive superpoderes e nem fui rejeitada por todos, estranha…talvez um pouco. Mas quem não é?! Bem, vocês vão ter que esperar até setembro pra saber o que aconteceu na tal festa, mas nessas histórias o final é, geralmente, feliz!

sábado, 25 de abril de 2009

There will always be Paris

Como podem ver, estive em Paris, a "tal cidade luz". A cidade é realmente muito bonita, e faz jus a todos os clichês, inclusive o de capital européia mais cara (mais do q Londres) e de pessoas antipáticas! Mas é linda, os cafés, as ruas, monumentos, palácios... Comecei em Versailles. Os palácios, os jardins, as obras de arte são impressionantes. O símbolo maior da cidade, a Torre Eiffel, pode parecer frágil de longe, mas tem uma estrutura enorme e imponente.


Da torre, caminhamos até o Arco do Triunfo, que foi construído por Napoleão, para comemorar a vitória sobre os demais reinos europeus. Ele está no princípio da Champs Elysée, uma das ruas com maior concentração de marcas famosas e insuportávelmente caras, mas que está sempre lotada!
Logo cheguei ao Mussée du Louvre, certamente um dos mais impressionaveis pelo tamanho e coleção que abarca, mas talvez por isso, um pouco cansativo. O que descobri também é que, muito mais bonito que a Monalisa de Da Vinci, é a escultura do "quase" beijo de Canova, Psyque and Cupid. Ao redor das pirâmides, reúnem-se centenas de turistas com mapas na mão, pés cansados e uma vista invejável!
Meu terceiro dia em Paris foi de subidas e contemplação! Primeiro, a Sacré Coeur e depois a catedral de Notre Dame (sim, é a do Corcunda, que todo mundo conhece pelo filme da Disney, mas foi escrito por Victor Hugo em 1831). Paguei todos os meus pecados com uma super penitência, subi os 400 degraus do prédio para ter uma visão panorâmica da cidade.
A vista da Notre Dame me encantou. O Sena, a torre, as pontes, tudo isso numa tarde ensolarada.
No último dia, o Musée d´Orsay foi uma feliz surpresa! Renoir, van Gogh, Monet e ainda pude ver uma exposição do Rodin ( bom, porque não deu tempo de ir ao museu!). O prédio também é lindo, é uma antiga estação, dentro ainda há um imponente relógio que marcava o horários dos trens.

A viagem foi ótima, apesar de um hostel um pouco decadente e algumas pessoas que não faziam muita questão de sorrir! Tive a companhia de duas gaúchas de conheci no albergue, foi bom ouvir um sotaque tão familiar! Bom, Paris estará sempre lá, a espera das próximas visitas, que não precisam ser muito frequentes, é verdade, mas de vezenquando contemplação e cultura fazem bem a qualquer mortal.

sábado, 11 de abril de 2009

Filmes

Los Abrazos Rotos, Pedro Almodovar - Bom, mas como disse meu irmão, não mudou minha vida! O que me agrada nos filmes do Almodovar é que parecem filmes familiares, mudam as personagens mas ou atores continuam os mesmos. Parece um sentimento de lealdade para com os seus. O filme se desenvolve em volta de um roteirista e diretor de cinema em acontecimentos atuais e de um passado recente (o que pode lembrar La Mala Educación). Penélope Cruz está muito bem e a pequena participação de Lola Dueñas que além de Volver,também de Almodóvar, foi a Rosa em Mar Adentro, de Alejandro Amenábar. Blanca Portilho, outra figura conhecida dos filmes do roteirista e diretor espanhol me pareceu muito bem. Vale a pena ver.

Gran Torino, Clint Eastwood - Um veterano de guerra mora sozinho e acaba se envolvendo com os vizinhos, imigrantes Hmong (do sudeste da Asia). Apesar da cara carrancuda de Clint na atuação de um velho amargurado e solitário, o filme acaba sendo leve, principalmente pelas personagens Sue e Thao, vividos, respectivamente, por Ahney Her e Bee Vang. Bom filme, mas realmente, acho q não valia o Oscar que Clint tanto queria.

Che (1ª parte), Steven Soderbergh - O filme começa na cidade do México, numa reunião em casa de Fidel sobre os planos de mudanças para Cuba, para então mostrar a consquista da Ilha, concretizada em janeiro de 1959. Trechos da visita de Ernesto "Che" Guevara a sede das Nações Unidas em 1964 completam a narrativa. Excelente orador! Na segunda parte, que ainda não vi, segue o que resta da história do guerrilheiro, até o seu final, na Bolívia. Quero terminar de vê-la.

O Leitor, Stephen Daldry - O drama de um adolescente apaixonado por uma mulher mais velha, se transforma num drama de consciência ainda maior. Uma jovem mulher simples (na maneira de ser e de pensar) julga que cumprir ordens é parte fundamental do seu trabalho e é capaz de assumir uma culpa por vergonha de assumir sua ignorância. O filme é denso, mas capaz de algumas sutilezas, como as fitas com gravação de livros que são enviadas. Kate Winslet mereceu o Oscar de melhor atriz, e Ralph Fiennes faz um ótimo distinto arrependido.

Slumdog Millionaire, Danny Boyle - O indiano mais aclamado de todos os tempos! Jamal Malik, vivido por Dev Patel participa de um programa de perguntas que pode torná-lo milionário, mas a pergunta q alguns se fazem é, como um auxiliar de telemarketing e sem estudo pode saber tantas respostas? A resposta é a vida de Jamal. Excelente filme, incluindo a coreografia!

São os últimos q assisti no cinema. Recomendo todos!

segunda-feira, 30 de março de 2009

A despedida da saudade

Quem dera fosse possível... Dizer adeus é um mal necessário, conhecido por todos. mas se é senso comum, porque custa tanto?! "não é um adeus, é só um até logo", é o que dizem os otimistas, mas não deixa de ser uma separação. ficam fotos, lembranças, presentes, cartões, sentimentos confusos e a tal da saudade. E isso acontece independente do nome que a relação tenha.

"Eu não quero q tu vás!", é inútil dizer e pedir, mas se não o fizer, em algum momento te arrependerás! (acreditem, acontece) "Devolva o neruda que você me tomou, e nunca leu", a frase é do Chico, mas o sentimento é mesmo esse, talvez em medidas não tão dramáticas quanto o resto da música (trocando em miúdos). "Quer saber, já vai tarde"!!!! Isso é quando já passou da fase de negação para a agressividade, não necessariamente física. Há quem precise se tornar uma pessoa mais calma e serena, aprender a dizer "tchau, até mais" de maneira a não sofrer tanto com isso. E depois, saber fazer da saudade uma companheira - embora isso seja catarse demais pro meu gosto -.

Saudade está associada a algo de melancólico e triste, como a despedida, mesmo que seja necessária e racionalmente entendamos isso, é uma emoção obrigatória que se repete mais do que gostaríamos (espero que não fale só por mim). O peito fica apertado, a voz embargada e o sorriso sai tímido quando vemos alguém querido partir, ou quando somos nós a ir. Quantas vezes penso que poderia me despedir da saudade, de todas as que guardo, e me ver cercada daqueles que precisei dizer um até mais tarde prolongado. apenas devaneios que se dissipam no minuto seguinte.

ps: li esse poema a primeira vez qdo estava no colégio. outro dia lembrei dele.

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces

Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinícius de Moraes

domingo, 22 de março de 2009

Como seria?

como será que poderia ter sido? mais divertido, certamente, com mais risadas altas, mais abraços e pequenos gestos de carinho. tudo sempre pode ser diferente, não melhor ou pior, mas diferente. poderia ter durado um ou dois dias a mais, com direito a sorvete de doce de leite e pipoca no cinema; mas de que vale pensar no q poderia ter sido ? talvez pra poder fazer diferente da próxima vez. próxima vez?

eu não conhecia essa poema da Cecília (Meireles), o li pela primeira vez no final de semana:

Inscrição na Areia

O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.

célebre Quintana, em A Rua dos Cataventos, um dos poemas q mais leio:

Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Emergência!!!

Descobri agora, que o primeiro a namorar a Abby foi mesmo o Luka, e não o Carter! Mas eles (Abby e John) sempre tiveram um affair... e que a Corday, q casou com o Dr Green, que morreu com um tumor no cérebro (uma das cenas mais tristes das 15 temporadas!), antes já tinha tido um namorico com o Benton, q tem um filho surdo que na verdade não é dele! Ah, e descobri também que a Abby entrou no hospital como estagiária de medicina, e não como enfermeira, mas o ex-marido dela não pagou a matrícula, então ela teve q trancar o curso e isso foi na temporada sete, e ela só termina a faculdade na temporada 12 (se não me engano!)Então, o que acontece é que a Abby namora o Luka, depois vai namorar o Carter q vai se separar dela, namorar outra q ele conhece na África e que fica grávida, mas ela perde o bebê - o Joshua - e depois de anos, ela volta a sair com o Luka, eles casam e tem um filho ! Esqueci de mencionar, q o Luka perdeu mulher e dois filhos antes de mudar da Croácia para os Estados Unidos! Ah, e que a mãe da Abby é bipolar e a atriz é a mesma que faz a Nora, em Brothers and Sisters.

Bom, isso pra contar um pouco sobre a minha vida "actual": ou estou na Lusa "a escrever" sobre os países lusófonos - sem esquecer da visita do Papa à África - ou estou em casa, com meus amigos ficcionais, e eu não falei nem de um quinto deles!

domingo, 15 de março de 2009

London London


Fui passear em Londres. Desde que me entendo por gente, queria ir, pois fui! Os ingleses me pareceram simpáticos! A visita foi rápida e corrida, mas o suficiente pra deixar a vontade de quero mais!! O ônibus vermelho de dois andares, as cabines telefônicas da mesma cor, o táxi ainda em carros antigos, a direção ao contrário (da nossa), a arquitetura, o acento forte e carregado do inglês britânico, a sobriedade e o sombreado da cidade impressionam. Na foto, o Palace of Westminister, na torre da direita, o relógio mais conhecido do mundo, o Big Ben.


Alguém, pro acaso, brincava de "a ponte de Londres está caindo, está caindo, está caindo..."?? Ou seria a torre de Londres? Enfim, alguma coisa caía, era de Londres e lá em casa a gente sempre brincava! Aí está, a Tower Bridge.



British Museum! O prédio é o máximo e contém (o acordo cortou esse acento tb?) uma das maiores coleções de antiguidades do mundo, e o melhor, a entrada é gratuita!



Essa sou eu, num momento "superturista"!!!

Bom, é claro q há outras fotos e impressões, mas nem todas são compartilhadas....algumas pelo meu companheiro de viagem!! Valeu Jaú!!


ps: não comprei absolutamente nada, quem for a Londres, por favor, me traz uma lembrancinha!

terça-feira, 3 de março de 2009

Cavaleiro Inexistente


Hoje vi um cara conversando com seu amigo imaginário no metro (ô). Não consegui perceber sobre o que falavam, mas parecia uma conversa séria. Ele olhava pro banco vazio a seu lado e gesticulava, fazia expressões faciais, mas falava em voz baixa. Claro q eu não tenho o costume de escutar a conversa dos outros, mas confesso que aquela me interessou bastante! De repente, o metro (ô) parou, pessoas saíram, outras entraram e uma delas sentou em cima do amigo imaginário do senhor falante! No mesmo instante, ele levantou, se afastou e ficou em pé, próximo à porta. Ele e o amigo invisível seguiram a conversa por pelo menos mais duas paradas, quando desci do trem.
***
A foto ao lado é do Cavaleiro Inexistente, personagem q dá título da livro de Ítalo Calvino, um dos melhores q já li! A Veri tirou essa foto em Milão, e me mandou de presente! O cavaleiro que se distingue pela sua "impecável armadura branca" e pelo fato de não existir!

segunda-feira, 2 de março de 2009

C´est moi!

Meu retrato versão polaroid, feito pela Ana Maria, no mirante do Adamastor, em Lisboa, na última terça-feira de carnaval.

domingo, 1 de março de 2009

Quem tem dois corações...


O lugar não era dos melhores (como pode se ver pela foto), mas ainda assim, a experiência foi das melhores. De repente me veio a mente não o show da Bethânia, mas o Nelson Gonçalves cantando, "Maria Bethânia, tu és para mim..."Enfim, o concerto: Coliseu dos Recreios lotado, banda no palco, muita percussão e Bethânia, de pés descalços e os cabelos soltos e revoltos de costume. Do Chico ela cantou Cálice (Como é difícil/Acordar calado/Se na calada da noite/Eu me dano/Quero lançar/Um grito desumano/Que é uma maneira/De ser escutado), Olhos nos Olhos, com direito a mão na cintura e cena de mulher traída (Quando talvez precisar de mim/Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim/Olhos nos olhos/Quero ver o que você diz/Quero ver como suporta me ver tão feliz) e Não existe pecado ao sul do Equador, que mesmo estando na parte de cima, animou!

Volta por cima foi um dos pontos altos da noite! (Chorei/Não procurei esconder/Todos viram, fingiram/Pena de mim não precisava/Ali onde eu chorei/Qualquer um chorava/Dar a volta por cima que eu dei/Quero ver quem dava)

Do Gonzaguinha teve Explode Coração (Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar/E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver/Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim/Como se fosse o sol desvirginando a madrugada/Quero sentir a dor desta manhã) e o grand finale com O que é o que é (Viver!/E não ter a vergonha/De ser feliz/Cantar e cantar e cantar/A beleza de ser/Um eterno aprendiz...).

Ainda teve declamação de Vinícius, Soneto da separação (De repente do riso fez-se o pranto/Silencioso e branco como a bruma/E das bocas unidas fez-se a espuma/E das mãos espalmadas fez-se o espanto) e da Fidelidade (E assim, quando mais tarde me procure/Quem sabe a morte, angústia de quem vive/Quem sabe a solidão, fim de quem ama/Eu possa me dizer do amor (que tive):/Que não seja imortal, posto que é chama/Mas que seja infinito enquanto dure.)
Faltaram algumas músicas de que gosto, principalmente do disco Imitação da vida, em que ela declama as poesias do Pessoa, mas claro, o show era outro! Há quem diga que arte está - quase sempre - ligada à tristeza, ao sofrimento. Pensei sobre isso depois do show, porque as músicas de amores perdidos ou traídos são sempre as mais bonitas...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

e agora j...

Não tenho escrito muito…não é por falta do q dizer, talvez por excesso. Meu mestrado está acabando, não sei se da maneira como deveria, mas vai ter q ser. O que será que acontece depois? Meu estágio na Lusa também termina em Abril, e o que se faz depois disso, ninguém sabe! Enfim, tenho todas as possibilidades em aberto, o que também pode ser significar nenhuma. Bom, há dois anos, eu não imaginava o q estou fazendo hj! Tão pouco tinha esses planos, simplesmente aconteceram! Até orkut eu fiz nesse tempo, justo eu q sempre fui tão avessa a sites de relacionamento, caí nas armadilhas da rede. Mas seria fácil se essas fossem as únicas ciladas q cruzaram meu caminho.
***
Amanhã vou ao show da Bethânia! Divertido, não?!!! Depois eu conto como foi!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

pra quando o carnaval chegar...


vcs já ouviram a música do chico "quando o carnaval chegar"?

Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar


pois, o carnaval chegou...calmo e tranquilo como a melodia da música. quanta gente espera ansiosa por esses dias, em que tudo é possível, em que o ritual de inversão nos dá direito a sermos tudo aquilo q quisermos, de súper-herói a pierrots e colombinas. na quarta-feira de cinzas tudo volta ao normal... fica a lembrança para o resto do ano. mas nada é perfeito, a lágrima do Pierrot é de tristeza, por causa de uma colombina q preferiu um Arlequim!
eu acho que vou continuar me guardando pra quando o carnaval chegar...


Nesse linka dá pra ouvir a música: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45165/

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ela sentia frio...

Joana acordou. Ou talvez nem tivesse dormido. A noite passou tão rápida, e com aqueles sonhos estranhos, nem deu tempo de descansar. Os olhos pesavam e ela sentia frio. Era um dia gelado e ensolarado. Que vontade de deitar no sol e dormir, pensou ela. Não conseguia atravessar a rua, a luz do sol era tão forte que a impedia de ver os carros que se aproximavam. Num piscar de olhos, pareceu voltar no tempo. De repente, estava de mãos dadas com a mãe, mochila nas costas, esperando para atravessa a mesma rua à caminho da escola. Uma buzina a fez acordar daquela lembrança. Começou a correr, estava atrasada para o trabalho.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Futebol civilizado


Fui a um estádio de futebol europeu pela primeira vez semana passada. Bom, há quem diga q Portugal não faz parte parte do continente auropeu, mas do africano, ainda assim, o estádio em q estive pertence a este velho mundo.

Quarta-feira, às 19 horas. Marcamos o encontro na frente do Alvalade, estádio do Sporting. Mas não vai ter muito tumulto?, perguntei eu. Não, é tranquilo, me responderam. Ok. E era verdade, mesmo com a chuva, estava tudo sossegado. Sem considerar o atraso dos meninos, o encontro foi rápido. Na hora de entrar, claro q tive q mostrar minha bolsa e o Victor ficou sem o "chapéu-de-chuva" dele, mas nada de ser apalpada demais!

Quando sentei e olhei aquele lugar limpo e organizado, me senti noutro mundo! Tirando os jogadores em campo correndo atrás da bola, em nada aquele lugar lembrava um estádio no Brasil. Pode parecer exagero meu, mas era um ambiente diferente daquele barulhento, confuso e passional a que estava habituada . E era um clássico do futebol português, Sporting e F.C Porto!

As torcidas organizadas são bem menores, quase como um grupo de amigos. Não digo que sejam menos apaixonados, também gritavam, cantavam e empunhavam bandeiras, mas quatro grupos pequenos e distantes uns dos outros, acabavam por perder a força.

No final da partida, vimos alguns políciais se aproximarem da torcida adversária, pensei que fosse ter alguma confusão, mas nem perto disso. Ao redor do estádio também havia vários carros da polícia estacionados, mas talvez fosse por falta de outro estacionamento.

Vitória do "clube" da casa!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui --- ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado---,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

Álvaro de Campos, 15-10-1929

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Poema Patético

Que barulho é esse na escada?
É o amor que está acabando,
é o homem que fechou a porta
e se enforcou na cortina.

Que barulho é esse na escada?
É Guiomar que tapou os olhos
e se assoou com estrondo.
É a lua imóvel sobre os pratos
e os metais que brilham na copa.

Que barulho é esse na escada?
É a torneira pingando água,
é o lamento imperceptível
de alguém que perdeu no jogo
enquanto a banda de música
vai baixando, baixando de tom.

Que barulho é esse na escada?
É a virgem com um trombone,
a criança com um tambor,
o bispo com uma campainha
e alguém abafando o rumor
que salta de meu coração.

de Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

" I want to recruit you!"

Eu poderia falar da minha maldita ida ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal, que é sempre traumática, do frio na barriga que me dá só de pensar naquele lugar, da maneira como tratam as pessoas que lá vão. poderia dizer do quão horrível e humilhada eu me senti hj, da vontade que eu tive de voltar pra casa. Também poderia contar da odisséia que começou às 8h da manhã e terminou às 15:30h, quando consegui chegar em casa. Do cansaço físico e psicológico. Do dia perdido, da roupa molhada. Da constante falta de alguma coisa em algum documento, de uma burocracia burra que não permite que qualquer lei seja interpretada, apenas seguida de maneira indiscrimida e arbitrária. Entretanto, não quero falar de pessoas medíocres ou de atitudes mesquinhas.
Fui ao cinema! Assisti Milk, o filme do Gus Van Sant com o Sean Penn sobre um político gay. A história das minorias terem voz, é possível. Minha opinião não diz muito e, mesmo que a minha atenção tenha dispersado em alguns momentos, gostei muito do filme. Desde de I am Sam, de Jessie Nelson, não via uma atuação tão boa de Sean Penn.

sábado, 24 de janeiro de 2009

diálogo

- o q foi?
- aconteceu alguma coisa?
- posso te ajudar?
- não?
- por quê?
- tem certeza?
- tudo bem, então....
- se precisar avisa.
- um beijo

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Naturalismo!

Para Camilão, de Alberto Caeiro:

"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz,
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja..."

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Língua brasileira

Reclamar de falta de tempo já virou uma constante. por isso, vou mudar o disco. o problema é que o lado B continua em ritmo acelerado!
pô, vocês viram que o "website counter" parou?!! estava super feliz com os quase 1000 acessos, e quando atinge o número esperado, ele simplesmente parou! vou tentar resolver isso, mas não agora!
ah, mudei de estágio!! alguém lembra daquelas brincadeiras em q a pessoa escolhia coisas sem ouvir as perguntas? por exemplo, " você troca um emprego em que ganha 600 euros por mês por outro q paga 100??? SSIIIMMMM!" foi basicamente isso q eu fiz, mas com a diferença de que estava "a ouvir". Não estranhem, é q estou a habituar-me a escrever português, já que até pouco tempo eu escrevia em brasileiro!!!! não preciso nem dizer que isso irrita-me profundamente!
até breve!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

"Quero...

Um colo ou um berço ou um braço quente em torno ao meu pescoço... Uma voz que canta baixo e parece querer fazer-me chorar... O ruído de um lume na lareira... Um calor no inverno... Um extravio morno da minha consciência... E depois sem som, um sonho calmo num espaço enorme, como a lua rodando entre estrelas. "

do Livro do Desassossego, Bernardo Soares.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Memórias de um manjerico

Feliz Ano Novo!! Mas feliz por que? Ao contrário do que alguns pensam, essas memórias não são póstumas!
Pelo princípio. O majerico é um primo do manjerião, esse todos devem conhecer, pelo menos de nome. É uma planta típica da festa de Santo António, que acontece em junho aqui em Lisboa, o padroeiro da cidade! Diz a lenda, que o majerico tem que ser ganhado de alguém e seguindo a outra lenda do santo casamenteiro, o fulano deve estar interessado. É mais ou menos assim a tradição. Entretanto, logo que começaram a ser vendidos e apoiada pela minha ansiedade habitual, comprei o meu majerico! Ele era lindo, crescia a cada dia! Há quem tenha cachorro ou gato, eu tenho (quero acreditar que ainda tenho), o meu majerico. Foram tantas a ameaças de fazer com ele molhos e cozidos, sequestros com pedidos de resgate exorbitantes!! Enfim, foi um verão alegre e festivo! A tristeza é que o inverno chegou e com ele o verde tornou-se marrom e seco... Ele resistiu, houve quem duvidasse que em pleno novembro ele ainda tivesse as folhas verdes, mas o frio foi mais cruel. Ainda acredito que quando o verão voltar ele vai reagir. Bem, meu ano começou assim, com o coração apertado por um manjerico, companheiro e amigo que parece estar hibernando em algum lugar qualquer. Queria poder acordá-lo.