quinta-feira, 2 de julho de 2009

A sapiência do elefante

Estou lendo A Viagem do Elefante, do Saramago. Já faz algum tempo q comecei, mas só agora consegui parar e ler com atenção. Eis alguns trechos muito sábios retirados de algumas poucas páginas (imaginem o que haverá em todo o livro).

"...como diz a filosofia do elefante, se não pode ser, não pode ser."(p.54)

"A dura experiência da vida tem-nos mostrado que não é aconselhável confiar demasiado na natureza humana, em geral."(p.55)

"O destino, quando lhe dá para aí, é capaz de escrever por linha tortas e torcidas tão bem como deus, ou melhor ainda."(p.56)

"Como o boieiro (o cara q cuida dos bois) não sabia cavalgar, um caso flagrante, como se vê, das consequências negativas de uma excessiva especialização profissional, içou-se com dificuldade para a garupa do cavalo do sargento e lá foi, rezando, numa voz que ele próprio mal conseguia ouvir, um interminável padre-nosso, oração da sua especial estima por aquilo que se diz de perdoar as dívidas." (p.58)

"Não é verdade que o céu seja indiferente às nossas preocupações e anseios. O céu está constantemente a enviar-nos sinais, avisos, e se não dizemos bons conselhos é porque a experiência de um lado e do outro, isto é, a dele e a nossa, já demonstrou que não vale a pena esforçar a memória, que todos a temos mais ou menos fraca." (p.67)

"Fez plof e sumiu-se. Há onomatopéias providenciais." (p.94)

Leitura divertida......bom, sou um pouco suspeita, gosto da escrita do Saramago. Já foi assunto de um post o quanto gostei de Ensaio sobre a Cegueira; e As intermitências da morte tem um dos melhores começos e finais de livro q já li!

Veremos o que acontece no dia seguinte!

SARAMAGO, José. A Viagem do Elefante, Editora Caminho, Lisboa, 2008.

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