sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

e agora j...

Não tenho escrito muito…não é por falta do q dizer, talvez por excesso. Meu mestrado está acabando, não sei se da maneira como deveria, mas vai ter q ser. O que será que acontece depois? Meu estágio na Lusa também termina em Abril, e o que se faz depois disso, ninguém sabe! Enfim, tenho todas as possibilidades em aberto, o que também pode ser significar nenhuma. Bom, há dois anos, eu não imaginava o q estou fazendo hj! Tão pouco tinha esses planos, simplesmente aconteceram! Até orkut eu fiz nesse tempo, justo eu q sempre fui tão avessa a sites de relacionamento, caí nas armadilhas da rede. Mas seria fácil se essas fossem as únicas ciladas q cruzaram meu caminho.
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Amanhã vou ao show da Bethânia! Divertido, não?!!! Depois eu conto como foi!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

pra quando o carnaval chegar...


vcs já ouviram a música do chico "quando o carnaval chegar"?

Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar


pois, o carnaval chegou...calmo e tranquilo como a melodia da música. quanta gente espera ansiosa por esses dias, em que tudo é possível, em que o ritual de inversão nos dá direito a sermos tudo aquilo q quisermos, de súper-herói a pierrots e colombinas. na quarta-feira de cinzas tudo volta ao normal... fica a lembrança para o resto do ano. mas nada é perfeito, a lágrima do Pierrot é de tristeza, por causa de uma colombina q preferiu um Arlequim!
eu acho que vou continuar me guardando pra quando o carnaval chegar...


Nesse linka dá pra ouvir a música: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45165/

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ela sentia frio...

Joana acordou. Ou talvez nem tivesse dormido. A noite passou tão rápida, e com aqueles sonhos estranhos, nem deu tempo de descansar. Os olhos pesavam e ela sentia frio. Era um dia gelado e ensolarado. Que vontade de deitar no sol e dormir, pensou ela. Não conseguia atravessar a rua, a luz do sol era tão forte que a impedia de ver os carros que se aproximavam. Num piscar de olhos, pareceu voltar no tempo. De repente, estava de mãos dadas com a mãe, mochila nas costas, esperando para atravessa a mesma rua à caminho da escola. Uma buzina a fez acordar daquela lembrança. Começou a correr, estava atrasada para o trabalho.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Futebol civilizado


Fui a um estádio de futebol europeu pela primeira vez semana passada. Bom, há quem diga q Portugal não faz parte parte do continente auropeu, mas do africano, ainda assim, o estádio em q estive pertence a este velho mundo.

Quarta-feira, às 19 horas. Marcamos o encontro na frente do Alvalade, estádio do Sporting. Mas não vai ter muito tumulto?, perguntei eu. Não, é tranquilo, me responderam. Ok. E era verdade, mesmo com a chuva, estava tudo sossegado. Sem considerar o atraso dos meninos, o encontro foi rápido. Na hora de entrar, claro q tive q mostrar minha bolsa e o Victor ficou sem o "chapéu-de-chuva" dele, mas nada de ser apalpada demais!

Quando sentei e olhei aquele lugar limpo e organizado, me senti noutro mundo! Tirando os jogadores em campo correndo atrás da bola, em nada aquele lugar lembrava um estádio no Brasil. Pode parecer exagero meu, mas era um ambiente diferente daquele barulhento, confuso e passional a que estava habituada . E era um clássico do futebol português, Sporting e F.C Porto!

As torcidas organizadas são bem menores, quase como um grupo de amigos. Não digo que sejam menos apaixonados, também gritavam, cantavam e empunhavam bandeiras, mas quatro grupos pequenos e distantes uns dos outros, acabavam por perder a força.

No final da partida, vimos alguns políciais se aproximarem da torcida adversária, pensei que fosse ter alguma confusão, mas nem perto disso. Ao redor do estádio também havia vários carros da polícia estacionados, mas talvez fosse por falta de outro estacionamento.

Vitória do "clube" da casa!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui --- ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado---,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

Álvaro de Campos, 15-10-1929

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Poema Patético

Que barulho é esse na escada?
É o amor que está acabando,
é o homem que fechou a porta
e se enforcou na cortina.

Que barulho é esse na escada?
É Guiomar que tapou os olhos
e se assoou com estrondo.
É a lua imóvel sobre os pratos
e os metais que brilham na copa.

Que barulho é esse na escada?
É a torneira pingando água,
é o lamento imperceptível
de alguém que perdeu no jogo
enquanto a banda de música
vai baixando, baixando de tom.

Que barulho é esse na escada?
É a virgem com um trombone,
a criança com um tambor,
o bispo com uma campainha
e alguém abafando o rumor
que salta de meu coração.

de Carlos Drummond de Andrade