quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Outubro



Meu mês começou na Espanha, com passeios em Tarragona e Barcelona. Parc Güell para ver as obras do Gaudí e Fundació Joan Miró que tu tanto queria visitar.
Logo que cheguei a Lisboa, brinquei de ser guia turística: Praça do Comércio, Rua Augusta, Chiado, Bairro Alto, Expo, Oceanário, Castelo de São Jorge, Sé. ufa......fazer turismo cansa....

Depois o DocLisboa, um festival de documentários. Não fui a todos q queria, mas vi "O Mistério do Samba", com direito a roda de samba depois do filme, e vi o Chico na década de 70 em "Quando o Carnaval Chegar".

Teve o show do Ney Matogrosso, Inclassificáveis, não preciso nem dizer que adorei!

Ontem, foi aniversário do Daniel, meu irmão pernambucano!! acontecimento importante!

Hoje tem roda de choro no Chapitô, um bar que tb é escola circense e tem uma vista belíssima pra cidade.

Pra terminar o mês, amanhã tem Halloween aqui em casa! as bruxas são apenas um pretexto pra festa..... também vai ser a comemoração do aniversário do Daniel!

Madame Bovary

Estou lendo Madame Bovary, do Flaubert. Já comecei o livro algumas vezes, mas agora eu termino! Aí vai um trecho em que Emma e León caminham lado a lado, leiam o q Flaubert escreveu:

"Não teriam nada mais a dizer um ao outro? Os seus olhos, contudo, transbordavam duma conversação mais séria; e, enquanto se esforçavam por encontrar frases banais, ambos se sentiam invadidos pela mesma languidez; era uma espécie de murmúrio da alma, profundo, contínuo, que se sobrepunha ao da voz. Tomados pela surpresa desta nova suavidade, não pensaram em falar um ao outro da sensação que lhes causava, nem em descobrir-lhe a causa. As felicidades futuras, como as praias tropicais, projectam na imensidade que as precede os seus langores natais, uma brisa perfumada, entorpecendo-nos numa embriaguez que não nos deixa inquietar com o horizonte que não se vê."

terça-feira, 28 de outubro de 2008

coisas boas

Hoje quero escrever sobre coisas boas. Quais? Todas!! Ou nenhuma específica. Passei muito tempo preocupada e, hoje, me sinto bem. Parece q a época das chuvas voltou! Aquela q molha mas ao mesmo tempo conforta e acolhe. Gosto de dia chuvosos, cinzentos…claro, q não sejam todos, mas uma vez ou outra é bom. Ah, começo a ver q não sou a única a gostar de chuva!! Pessoa, Quintana…meu amigos também falam dela como necessária. Pra que? Para tudo ou para nada! Por que sempre tem que haver uma função?!
Bom, na verdade hoje já é outro dia, e não mais aquele em que comecei a escrever este texto, mas continuo querendo falar de coisas boas. Caminhar por aí, pode ser uma delas. Andar sem rumo,apenas passear,olhar ao redor e em Lisboa há muito para ver. São monumentos, prédios, praças, ruas, parques. A cada dia tenho mais certeza de q vou sentir falta daqui. Saudade é outra coisa boa. Sempre traz a lembrança de um dia feliz ou triste, mas que foi importante por algum motivo, e teve aquela pessoa te ouviu, te ofereceu ajuda, estendeu a mão ou simplesmente sorriu. Mesmo que depois ela tenha desaparecido no tempo.
Já escrevo num terceiro dia. Hoje o frio chegou e eu passei o dia tentando me proteger dele! Mais tarde vou dar uma volta, sentir o vento gelado no rosto. Eu gosto de inverno. Essa foi a coisa boa de hoje.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

cozinha nepalesa

Sexta à noite fui a um restaurante nepalês. Soa estranho?? Pelo menos diferente. Bom, primeiro conto como cheguei até lá. Há alguns meses, quando ainda fazia calor no hemisfério norte, eu e Camilão resolvemos fazer exercício físico. Íamos caminhar, sempre que possível, numa praça perto de casa e no trajeto até a Alameda Dom Afonso Henriques (adoro esse nome) passávamos por um restaurante nepalês. Sempre espiávamos, e nos parecia um lugar simpático. Na última semana, depois de muito tempo sem fazer aquele caminho, lembramos do lugar e fomos ver o menu que estava afixado na porta. Afinal, o que se come no Nepal?? Descobri que muito arroz, frango, gambas, cordeiro, legumes e tudo com muito curry. Decidimos dia, hora e companhia. Convidamos um amigo que é quase uma sucursal do Google, o Jaú (ele sabe Tupi-guarani!). Foi quem nos contou que o nome do lugar, Annapurna, é uma das maiores montanhas do mundo localizada no Nepal! O gurpo foi formado pelo Vitones, a pessoas mais bem disposta a ajudar os outros q conheço!
Durante o jantar fomos atendidos por um garço nepalês, que além de falar um péssimo português tinha língua presa! E o que será que se bebe no Nepal? Bom, o vinho foi lusitano mesmo!! A noite foi muito agradável, a comida era muito boa, barata (qualidade importante) e a companhia permitiu que a conversa durasse duas garrafas de vinho, seguida de mais uma garrafa em casa! Ainda no restauante, antes de saírmos, ganhamos um licor de manga (mas não é uma tradição do Nepal) e umas sementinha ou eram balinhas, não sei explicar o q eram, mas serviam para digestão! Enfim, tudo isso pra dizer q recomendo a cozinha nepalesa. O restaurante fica na Almirante Reis, em Lisboa, se alguém resolver ir, me avisa!

Viagem a Portugal



Actualização!
Para aqueles que não sabem, sou gaúcha, jornalista e gremista. Há pouco mais de um ano moro em Lisboa. Faço Mestrado em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. Como toda a universidade pública, muito desorganizada, mas gosto de lá. Os créditos já estão feitos, agora só falta a tal dissertação! Era só pra apresentar o texto que segue, o primeiro que escrevi do ládo de cá do oceano!

"Viagem a Portugal"
Para aqueles que quiserem me acusar de plágio, desde já me antecipo dizendo: é cópia mesmo, descarada do livro do Saramago. Outra confissão é que não consigo terminar esse livro! A idéia era lê-lo antes da viagem começar, pra que eu pudesse, a partir da narração dos lugares, buscar as paisagens descritas. No entanto, a ansiedade impediu a leitura e a descoberta desses sítios se tornou uma grata surpresa que acontece a cada dia. Talvez daqui alguns anos, quando não estiver mais em terras lusitanas, eu consiga ler estas páginas e fazer a viagem de volta. Mas o assunto aqui é outro. Passados dois meses da minha chegada, essa é a primeira vez que páro para compor em palavras tudo aquilo que tenho experimetado. Pode até parecer presunção minha, mas a cada dia me sinto mais orgulhosa das minhas capacidades de desprendimento, adaptação e relacionamento. A primeira parada foi o albergue. Pessoas diferentes no mesmo quarto todos os dias. Nunca me passou pela cabeça ter que traduzir pro ingês uma briga entre uma francesa e uma portuguesa que acordavam em horários diferentes! Ou mesmo fazer uma amiga portuguesa interessada em cinema brasileiro que me abriu um sorriso acolhedor quando ao redor eu só via estranhos. Ainda tiveram os amigos que jogaram sinuca comigo na minha primeira noite em Lisboa; e os que jogaram na noite seguinte. É incrível como passados apenas alguns dias, todo aquele sentimento gerado pela antipatia que recebi por parte de alguns nativos, já parece ter desaparecido. A faculdade. A primeira aula. A ansiedade. Ainda resta um pouco do desapontamento com a recepção dos colegas, pouco calorosa. Mas valeu um sorrido. Uma nova amiga, que me acolheu, amparou e recebeu. Foi como se em alguns minutos eu estivesse em casa. Pessoas, risadas, reclamações, barulho. As vezes a gente esquece que o barulho é importante e que poder ficar em silêncio,mas com alguém sentado ao lado, é uma questão de sobrevivência. Acabei voltando a minha atenção pra aquilo que é realmente necessário. Pelo menos nesse momento. Esperar alguém tomar banho, lavar uma pilha imensa de louça, varrer, limpar ou mesmo montar uma árvore de natal com pessoas que conheço a mesmo de 60 dias se tornaram obrigações agradaveis. As descobertas sempre trazem coisas boas. Andar por uma rua nunca antes imaginada. Ou conversar por horas com um melhor amigo recém feito. Abraçar alguém. Mas ainda com receio de q o abraço seja forte demais. É o mais incrível em qualquer viagem, conhecer pessoas! As paisagens são bonitas, conviver com outra cultura é muitas vezes indescritivel, mas a possibilidade de descobrir pessoas e tudo aquilo que cada uma delas pode trocar comigo, é o que mais me instiga. A contemplação se torna muito mais prazeirosa quando se pode dividir as sensações com outros. Mas é preciso estar aberto a esses novos relacionamentos sem julgar ou buscar aquilo que, porventura, tenha ficado pra trás. Talvez porque seja final de ano, e nessa época geralmente ficamos mais melancólicos, eu tenha me sentido à vontade pra começar a escrever algumas linhas. Me despeço de mim mesma, esperando caminhos felizes pra essa viagem que não quero que acabe tão cedo.
17 de dezembro de 2007

domingo, 26 de outubro de 2008

finalmente!!!

adiei muito a história de escrever um blog! queria escrever para um jornal, uma revista, sei lá, algo mais importante! por fim...me rendi! resovi deixar a preguiça de lado e escrever algumas coisas talvez não tão importantes quanto necessárias, pelo menos pra quem as escreve. poder dizer de mim, dos meus amigos, das minhas tristezas e alegrias. daquilo que eu li ontem ou o que vi no final de semana. contar sobre o presente que ganhei hoje ou sobre o livro que comprei noutro dia. não vai ser necessariamente um relato diário, mas provavelmente sobre lembranças e observações de venho guardando de Lisboa e de outros lugares.

nota explicativa: sim, o nome do blog é uma homenagem ao chico, à Portugal, ao Brasil e a outros tantos lugares que os mares ainda vão me levar.