terça-feira, 28 de julho de 2009

Cedo ou tarde

Depois de uma semana, meu relógio biológico continua no horário errado! durmo cedo, acordo cedo, com a sensação de que é sempre muito tarde! bom, não deixa de ser um hábito saudável!

Ontem me esforcei pra ficar acordada um pouco mais, assisti ao Programa do Jô. A entrevista da noite foi com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O tema, a tal gripe. Quando o Jô começou a falar sobre a cultura dos gaúchos de tomar chimarrão ser um dos motivos pelos quais há muitos casos da doença no Rio Grande do Sul, desisti. Preferi dormir e respeitar meus antigos horários.

A sensação é de que nos últimos dois anos, as coisas não mudaram muito. Continua tudo igual, como se eu tivesse passado um mês longe daqui. Mas se perguntarem, o que deveria ser diferente, não saberia responder. Eu também continuo a mesma, embora um pouco diferente.

Ainda tenho que encontrar alguns amigos, contar sobre a minha vida, ouvir sobre as suas, trocar lembranças e seguir o inverno... O poema do dia é da Cecília. Talvez eu já o tenha reproduzido noutro dia, não lembro, mas isso pouco importa.

Serenata (Cecília Meireles)
" ... Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo ... "

sábado, 25 de julho de 2009

Sin sentir sintiendo

Voltei pra casa! Ou pra antiga casa... ainda me sinto um pouco sem lugar, mas é só um período de adaptação, tenho certeza...
A música que segue é do Vitor Ramil, pra quem não conhece, um compositor e cantor gaúcho.

MILONGA
Vitor Ramil
poema do folclore Uruguaio

Digo que siento desvelo
Digo que siento aflicción
Digo de corazón
Digo que llorar no puedo
Digo que en mi triste suelo
Digo que padezco, si
Digo que puesto a sufrir
Digo que dentro de un lecho
Digo que dentro ‘e mi pecho
SIENTO Y NO SIENTO SENTIR

Salvo estoy de mi entender
Salvo de hacer exigencias
Salvo de correspondencia
Salvo me tiene un deber
Salvo de todo placer
Salvo estoy porque comprendo
Salvo de una dicha vengo
Salvo de un buen porvenir
Salvo vivo de morir

DE UN SENTIMIENTO QUE TENGO
Quisiera que el más cantor
Quisiera un consejo darme
Quisiera nunca acordarme
Quisiera tener valor
Quisiera en este dolor
Quisiera hacer dividir
Quisiera para vivir
Quisiera el alma serena
Quisiera apartar las penas
QUE HE SENTIDO SIN SENTIR

Tengo en el sentido valor
Tengo cambiado el pesar
Tengo que recuperar
Tengo la esperanza en Dios
Tengo en este gran dolor
Tengo el alma batiendo
Tengo que vivir sufriendo
Tengo una pequeña duda
Tengo en mi mente segura
QUE ESTOY SIN SENTIR SINTIENDO

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Amsterdam

Apesar da chuva e do frio, em pleno verão europeu, gostei muito de Amsterdam. As casas antigas, na sua maioria em cores escuras, alguma tortas, em meio aos canais q cruzam a cidade, são o que caracterizam a capital holandesa.

A alusão à legalidade do uso de maconha estão por todos os lados, numa infinidade de produtos à venda. O conhecido bairro vermelho, onde mulhres dançam em vitrines, é um pouco deprimente, mas faz parte da cultura da cidade.

Os museus foram certamente o ponto alto dos dias q passei lá: o Rijksmuseum, com obras de Rembrandt e Vermeer e o Van Gogh Museum.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Terapia Rodriguiana

Sugestão de leitura: "A Vida como ela é...", de Nelson Rodrigues.

Dois ou três contos por dia são suficientes pra deixar muito terapeuta no chinelo!!

"A dama do lotação" ou "Uma senhora honesta", além de proporcionarem uma leitura engraçada, os textos dizem muito da natureza humana.

É batata!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A sapiência do elefante

Estou lendo A Viagem do Elefante, do Saramago. Já faz algum tempo q comecei, mas só agora consegui parar e ler com atenção. Eis alguns trechos muito sábios retirados de algumas poucas páginas (imaginem o que haverá em todo o livro).

"...como diz a filosofia do elefante, se não pode ser, não pode ser."(p.54)

"A dura experiência da vida tem-nos mostrado que não é aconselhável confiar demasiado na natureza humana, em geral."(p.55)

"O destino, quando lhe dá para aí, é capaz de escrever por linha tortas e torcidas tão bem como deus, ou melhor ainda."(p.56)

"Como o boieiro (o cara q cuida dos bois) não sabia cavalgar, um caso flagrante, como se vê, das consequências negativas de uma excessiva especialização profissional, içou-se com dificuldade para a garupa do cavalo do sargento e lá foi, rezando, numa voz que ele próprio mal conseguia ouvir, um interminável padre-nosso, oração da sua especial estima por aquilo que se diz de perdoar as dívidas." (p.58)

"Não é verdade que o céu seja indiferente às nossas preocupações e anseios. O céu está constantemente a enviar-nos sinais, avisos, e se não dizemos bons conselhos é porque a experiência de um lado e do outro, isto é, a dele e a nossa, já demonstrou que não vale a pena esforçar a memória, que todos a temos mais ou menos fraca." (p.67)

"Fez plof e sumiu-se. Há onomatopéias providenciais." (p.94)

Leitura divertida......bom, sou um pouco suspeita, gosto da escrita do Saramago. Já foi assunto de um post o quanto gostei de Ensaio sobre a Cegueira; e As intermitências da morte tem um dos melhores começos e finais de livro q já li!

Veremos o que acontece no dia seguinte!

SARAMAGO, José. A Viagem do Elefante, Editora Caminho, Lisboa, 2008.