sábado, 29 de agosto de 2009

Espera...

Há quem diga dela bendita, quando o que se espera é algo bom, feliz, proveitoso, pois trouxe com o seu fim, uma boa nova! Há também quem diga ser a espera maldita, já que nunca sabemos o seu final. Mas também há aqueles que falam dela como necessária, provedora de momentos de reflexão, amadurecimento. Ela pode ser longa, demais para a paciência da maioria ou curta, quanto o tempo de espera entre uma refeição e outra. Todo mundo sempre espera por alguma coisa, por algum acontecimento, por alguém. Nem sempre são coisas extraordinárias, a maioria delas é simples, mas ainda assim, podem demorar a chegar…
Em “Últimos dias”, Drummond diz:

“O tempo de despedir-me e contar
que não espero outra luz além da que nos envolveu
dia após dia, noite em seguida a noite, fraco pavio,
pequena ampola fulgurante, facho, lanterna, faísca,
estrelas reunidas, fogo na mata, sol no mar,
mas que essa luz basta, a vida é bastante, que o tempo
é boa medida, irmãos, vivamos o tempo.”

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. Relógio D´Água Editores, Lisboa, 2007.

Um comentário:

Eu disse...

Nunca gostamos da espera. Nos dizem que ela é necessária, que tudo tem seu tempo, e que esse sempre cura as dores da alma. Contudo, o que espera anseia por acontecimentos. Talvez a espera nos deixe sem ação, pois o que se espera nunca chega. Quando chega talvez nem percebamos, inércia e incapacidade reflexiva que a espera nos faz, da perda do senso do começo e do fim.