Quem dera fosse possível... Dizer adeus é um mal necessário, conhecido por todos. mas se é senso comum, porque custa tanto?! "não é um adeus, é só um até logo", é o que dizem os otimistas, mas não deixa de ser uma separação. ficam fotos, lembranças, presentes, cartões, sentimentos confusos e a tal da saudade. E isso acontece independente do nome que a relação tenha.
"Eu não quero q tu vás!", é inútil dizer e pedir, mas se não o fizer, em algum momento te arrependerás! (acreditem, acontece) "Devolva o neruda que você me tomou, e nunca leu", a frase é do Chico, mas o sentimento é mesmo esse, talvez em medidas não tão dramáticas quanto o resto da música (trocando em miúdos). "Quer saber, já vai tarde"!!!! Isso é quando já passou da fase de negação para a agressividade, não necessariamente física. Há quem precise se tornar uma pessoa mais calma e serena, aprender a dizer "tchau, até mais" de maneira a não sofrer tanto com isso. E depois, saber fazer da saudade uma companheira - embora isso seja catarse demais pro meu gosto -.
Saudade está associada a algo de melancólico e triste, como a despedida, mesmo que seja necessária e racionalmente entendamos isso, é uma emoção obrigatória que se repete mais do que gostaríamos (espero que não fale só por mim). O peito fica apertado, a voz embargada e o sorriso sai tímido quando vemos alguém querido partir, ou quando somos nós a ir. Quantas vezes penso que poderia me despedir da saudade, de todas as que guardo, e me ver cercada daqueles que precisei dizer um até mais tarde prolongado. apenas devaneios que se dissipam no minuto seguinte.
ps: li esse poema a primeira vez qdo estava no colégio. outro dia lembrei dele.
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinícius de Moraes
segunda-feira, 30 de março de 2009
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3 comentários:
Juliana achei lindo este teu texto.Não é em vão qque só na lingua portuguesa que temos a palavra saudade.Para quem parte é triste,mas acho que para quem fica é pior.Tenho muitas saudades tua.Bjos
eu hj quase me desmanchei na NS...
Jú! Que bom te reecontrar em um texto tão belo, que me toca pelo hoje e dá coragem para fazer o que tenho adiado. Obrigada.
Vou te adicionar nos meus links para seguir te lendo.
Beijo bonita e SAUDADE!
P.S. Vou robar "teu" Vinicius!
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