O lugar não era dos melhores (como pode se ver pela foto), mas ainda assim, a experiência foi das melhores. De repente me veio a mente não o show da Bethânia, mas o Nelson Gonçalves cantando, "Maria Bethânia, tu és para mim..."Enfim, o concerto: Coliseu dos Recreios lotado, banda no palco, muita percussão e Bethânia, de pés descalços e os cabelos soltos e revoltos de costume. Do Chico ela cantou Cálice (Como é difícil/Acordar calado/Se na calada da noite/Eu me dano/Quero lançar/Um grito desumano/Que é uma maneira/De ser escutado), Olhos nos Olhos, com direito a mão na cintura e cena de mulher traída (Quando talvez precisar de mim/Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim/Olhos nos olhos/Quero ver o que você diz/Quero ver como suporta me ver tão feliz) e Não existe pecado ao sul do Equador, que mesmo estando na parte de cima, animou!
Volta por cima foi um dos pontos altos da noite! (Chorei/Não procurei esconder/Todos viram, fingiram/Pena de mim não precisava/Ali onde eu chorei/Qualquer um chorava/Dar a volta por cima que eu dei/Quero ver quem dava)
Do Gonzaguinha teve Explode Coração (Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar/E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver/Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim/Como se fosse o sol desvirginando a madrugada/Quero sentir a dor desta manhã) e o grand finale com O que é o que é (Viver!/E não ter a vergonha/De ser feliz/Cantar e cantar e cantar/A beleza de ser/Um eterno aprendiz...).
Ainda teve declamação de Vinícius, Soneto da separação (De repente do riso fez-se o pranto/Silencioso e branco como a bruma/E das bocas unidas fez-se a espuma/E das mãos espalmadas fez-se o espanto) e da Fidelidade (E assim, quando mais tarde me procure/Quem sabe a morte, angústia de quem vive/Quem sabe a solidão, fim de quem ama/Eu possa me dizer do amor (que tive):/Que não seja imortal, posto que é chama/Mas que seja infinito enquanto dure.)
Faltaram algumas músicas de que gosto, principalmente do disco Imitação da vida, em que ela declama as poesias do Pessoa, mas claro, o show era outro! Há quem diga que arte está - quase sempre - ligada à tristeza, ao sofrimento. Pensei sobre isso depois do show, porque as músicas de amores perdidos ou traídos são sempre as mais bonitas...
Um comentário:
Imagino que foi lindo assistir a Betania ao vivo.Gosto demais dde suas musicas.São musicas que fazem sucesso sempre,tristeza,sofrimento e traição não saem de moda.Qual o ser humano que já não sentiu tristeza,que já não passou por sofrimento,quem já não perdeu um amor,quem já não foi traido um dia?São musicas que falam da alma da gente.bjos gostei.
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