quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Disfarce

Às vezes, acordo com alguém me chamando: “Juliana!”. Então levanto a cabeça, olho ao redor e não há ninguém. Talvez isso faça parte de algum sonho, não sei. Quantas vezes acordo ainda com aquela sensação boa do sonho, desejando voltar praquele universo paralelo em que tudo parece em perfeita harmonia. Apelei para o Quintana, o que ele me disse em “Os Parceiros” foi o seguinte:

Sonhar é acordar-se para dentro:
de súbto me vejo em pleno sonho
e no jogo em que todo me concentro
mais uma carta sobre a mesa ponho.

Mais outra! É o jogo atroz do Tudo ou Nada!
E quase que escurece a chama triste...
E, a cada parada uma pancada,
o coração, exausto, ainda insiste.

Insiste em quê? Ganhar o quê? De quem?
O meu parceiro... eu vejo que ele tem
um riso silencioso a desenhar-se

numa velha caveira carcomida.
Mas eu bem sei que a morte é seu disfarce...
Como também disfarce é a minha vida!


Mário Quintana

Um comentário:

Joana Saramago disse...

Já voltaste para o Brasil?

beijinhos
jo